Mundo se divide entre luto e festa por morte de Margaret Thatcher

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Por Redação

Admiradores de Margaret Thatcher no mundo todo lamentaram nesta terça-feira a morte da "Dama de Ferro", celebrando seu legado de incentivo ao livre-mercado e combate ao comunismo, enquanto em várias cidades britânicas oponentes da ex-primeira-ministra festejaram o desaparecimento da mulher a quem chamam de "bruxa". Líderes mundiais do passado e do presidente, do ex-dirigente soviético Mikhail Gorbachev ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enviaram mensagens de pesar pela morte de Thatcher, filha de um humilde quitandeiro que acabou tendo o mais longo mandato de um primeiro-ministro britânico em mais de um século (entre 1979 e 90). "O mundo perdeu uma das grandes defensoras da liberdade, e a América perdeu uma verdadeira amiga", disse Obama. O governo de Thatcher foi marcado por um endurecimento de conflitos sociais que ainda hoje têm cicatrizes abertas. Oponentes dela celebraram sua morte em Londres, na cidade inglesa de Bristol e na cidade escocesa de Glasgow. Muitos abriram champanhe e cidra para festejar. "Esperamos muito tempo pela morte dela", disse o desempregado Carl Chamberlain, de 45 anos, que ostentava um rabo-de-cavalo grisalho e tomava uma lata de cidra no bairro londrino de Brixton, cenário de graves distúrbios sociais em 1981. Os jornais desta terça-feira refletiam o caráter polêmico de uma mulher que esmagou os sindicatos, privatizou amplos setores econômicos, confrontou aliados europeus e travou uma guerra para rechaçar uma invasão argentina nas ilhas Falklands (ou Malvinas). Para o Daily Mail, ela foi "A Mulher que Salvou a Grã-Bretanha"; o Daily Mirror disse em sua manchete que ela foi "A Mulher que Dividiu uma Nação" e questionou o funeral pomposo marcado para a semana que vem. Durante a noite, o corpo de Thatcher foi retirado, com escolta policial, do hotel Ritz, onde ela morreu na manhã de segunda-feira, após sofrer um derrame. Em 17 de abril, o corpo será levado de uma capela no interior do palácio de Westminster, local onde ela exercitou seus dons de debatedora, para a catedral de St. Paul. O trajeto será feito em uma carruagem militar puxada por cavalos da artilharia real. A rainha Elizabeth 2ª e seu marido, o duque de Edimburgo, vão comparecer ao funeral, que deve ser a maior cerimônia desse tipo para um político britânico desde o funeral com honras de Estado dado a Winston Churchill em 1965. Na quarta-feira, o Parlamento interromperá seu recesso para uma sessão especial em homenagem a ela, que será cremada. (Reportagem de Guy Faulconbridge e Kate Holton)

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