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Museu Nacional, destruído pelo fogo em 2018, terá reinauguração adiantada de 2027 para 2026

Anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Camilo Santana; Lula visitou o Palácio São Cristóvão, cuja reconstrução foi orçada em R$ 433 milhões

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Foto do author Roberta Jansen
Atualização:

RIO – Destruído por um incêndio de grandes proporções em setembro de 2018, o Museu Nacional, será reinaugurado no primeiro semestre de 2026, anunciou nesta quinta, 23, o ministro da Educação, Camilo Santana. A previsão anterior era de conclusão em 2027, mas segundo o ministro a obra será adiantada. O orçamento total para a reconstrução é de R$ 433,3 milhões, dos quais 61% já foram captados. A instituição pertence à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por isso o Ministério da Educação tem envolvimento direto na iniciativa.

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“A ideia é que o presidente possa entregar esse museu ainda no seu mandato, entregue à população já com visitação. Estamos conversando com nossos parceiros, vamos garantir os recursos e antecipar o calendário”, disse Santana. “A ideia é entregar no primeiro semestre de 2026. O investimento total é de R$ 440 milhões ou R$ 450 milhões, falta captar R$ 180 milhões, essa é nossa missão agora”, contou, durante entrevista c na frente do Museu, após visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao imóvel. “A ideia é que agora em abril seja entregue a fachada e a cobertura do bloco 1″, previu o ministro.

O incêndio, deflagrado por um problema elétrico, destruiu o Palácio de São Cristóvão, onde viveu a família imperial até 1889. O museu foi inaugurado em 1892. É o mais antigo da América Latina e também o maior acervo de história de ciência natural do continente. O fogo consumiu quase 90% dos cerca de 20 milhões de itens da coleção.

“Temos total convicção que iremos devolver à sociedade civil, daqui a quatro anos, um Museu de História Natural e Antropologia inovador, sustentável e, sobretudo, inclusivo”, afirmou o diretor Alexander Kellner. “Para isso, precisamos, cada vez mais, da colaboração das instituições públicas. Hoje, estamos iniciando uma nova fase, quando o Museu Nacional/UFRJ recebe, pela primeira vez em 54 anos, a visita de um presidente da República – o último foi Arthur da Costa e Silva. Lula veio ver de perto o avanço das obras de restauração do Paço de São Cristóvão.”

Múmia aymará foi uma das relíquias destruídas Foto: Romulo Fialdini e Valentino Fialdini/Museu Nacional

Obras

Em setembro do ano passado, quando a tragédia completou quatro anos, foram entregues a fachada e o jardim frontal do palácio, totalmente reconstruídos, além de 30 esculturas de mármore de Carrara da fachada recuperadas.

As obras de restauração das demais fachadas do palácio já estão em fase final. Esta parte representa 50% do total do bloco 1, referente ao prédio histórico. A instituição promete entregar até junho o projeto pré-executivo de arquitetura para o bloco 2, referentes aos demais prédios. Está prevista para este ano ainda a entrega da biblioteca da instituição.

Um dos mais importantes itens da coleção, o fóssil de Luzia, o mais antigo da América Latina, com cerca de 11 mil anos, foi parcialmente recuperado. A coleção arqueológica da imperatriz Teresa Cristina, que inclui afrescos de Herculano e de Pompéia, também foi preservada.

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O meteorito Bendegó, encontrado em 1784 na Bahia, o maior já achado no País, também sobreviveu à tragédia. Ele foi anexado à coleção por Dom Pedro II. No entanto, a importante coleção de múmias egípcias foi totalmente perdida, bem como o trono de Daomé (atual Benim), que chegou ao Brasil em 1811, quando o rei Adandozan o enviou de presente a dom João, que, na época, era príncipe regente.

Uma campanha internacional foi lançada para reunir novas peças para o museu.

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