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Música com crítica à classe média faz sucesso na web

Vídeo com Sou da Classe Média, de Max Gonzaga, foi usada como exemplo da indignação com a onda de violência. Vídeo teve 22.495 acessos no You Tube

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Por Agencia Estado
Atualização:

As manifestações de indignação sobre a onda de violência atribuída à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) que assolou a cidade de São Paulo na semana passada ganharam o site de vídeos You Tube. O vídeo com a apresentação da música Sou da Classe Média, do compositor Max Gonzaga, com a Banda Marginal, no Festival da Cultura, realizado no segundo semestre de 2005, foi postado no site na semana passada e já teve 22.495 acessos, até as 19h30 horas. A música faz uma crítica direta à classe média brasileira, descrita como alheia aos problemas sociais do País. Trinta e duas pessoas deixaram comentários sobre o vídeo, usando o espaço para expor sua indignação com a situação da violência que tomou conta de São Paulo. "Um tapa na cara de muitos!", diz um dos comentários. Confira, abaixo, a letra da música: Sou classe média Papagaio de todo telejornal Eu acredito Na imparcialidade da revista semanal Sou classe média, compro roupa e gasolina no cartão Odeio "coletivos" e vou de carro que comprei a prestação Só pago impostos, Estou sempre no limite do meu cheque especial Eu viajo pouco, no máximo um Pacote CVC tri-anual Mas eu "tô nem aí" Se o traficante é quem manda na favela Eu não "tô nem aqui" Se morre gente ou tem enchente em Itaquera Eu quero é que se exploda a periferia toda Mas fico indignado com o Estado Quando sou incomodado Pelo pedinte esfomeado Que me estende a mão O pára-brisa ensaboado É camelô, biju com bala E as peripécias do artista Malabarista do farol Mas se o assalto é em "Moema" O assassinato é no "Jardins" E a filha do executivo É estuprada até o fim Aí a mídia manifesta A sua opinião regressa De implantar pena de morte Ou reduzir a idade penal E eu que sou bem informado Concordo e faço passeata Enquanto aumento a audiência E a tiragem do jornal Porque eu não "tô nem aí" Se o traficante é quem manda na favela Eu não "tô nem aqui" Se morre gente ou tem enchente em Itaquera Eu quero é que se exploda a periferia toda Toda tragédia só me importa Quando bate em minha porta Porque é mais fácil condenar Quem já cumpre pena de vida

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