O aniversário de Harry Potter é 31 de julho, data escolhida pela Universal Orlando para apresentar o mundo do bruxo no Epic Universe, novo parque temático da marca, previsto para 2025. As 5 áreas, divulgadas progressivamente desde janeiro, são inspiradas em histórias e personagens populares, como Super Mario Bros e filmes de terror. Prometem surpreender como sempre, porém logo me chamou atenção a ideia inovadora de ter um hotel dentro do parque.
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"Existe uma percepção do consumidor no turismo, principalmente aqui em Orlando, de que você vai se hospedar dentro do parque quando vai ficar num hotel de um complexo. Outros também têm seus hotéis. Nenhum é dentro de um parque", me explicou Marcos Barros, vice-presidente de Vendas e Marketing da Universal Destinations & Experiences para América Latina na minha mais recente viagem à Flórida. "Como a gente tinha uma área enorme, onde ia fazer um parque todo novo, por que não responder a essa ansiedade do consumidor e construir um parque temático com um hotel lá dentro?"
Me lembrei que antes de ir algumas vezes à Flórida eu também tinha essa percepção quando ouvia sobre hospedagem em complexos de parques temáticos, como os hotéis da Universal Orlando. No complexo, o que fica mais próximo das entradas do Universal Studios Florida e do Islands of Adventure é o Hard Rock Hotel Orlando, onde ficamos na viagem em família à Universal.
Com 500 quartos, o novo e luxuoso Helios Grand Hotel ficará voltado para o Universal Epic Universe. Os hóspedes terão um acesso exclusivo. Barros me falou sobre esse e outros aspectos do novo parque temático quando estive no complexo no mês passado. A viagem foi a convite da Universal Orlando e da Gol, na retomada do voo Fortaleza-Orlando, uma das rotas internacionais da expansão da companhia pelas Américas e pelo Caribe.
O universo Harry Potter na Universal Orlando, que já conta com 2 áreas conectadas pelo Expresso de Hogwarts, agora terá um mundo no Epic Universe, com elementos dos filmes do bruxo e de Animais Fantásticos. "Vai ser o Ministério da Magia. Um pouco de Paris, um pouco de Londres", disse Barros.
Confira mais sobre as novidades do grupo de entretenimento, no meu bate-papo com Marcos Barros, vice-presidente de Vendas e Marketing da Universal Destinations & Experiences para América Latina:
Me parece que vocês estão expandindo num ritmo acelerado: é parque novo, atração nova... Todo ano tem alguma coisinha, mas desta vez está caprichado, não? É, a gente vem num ritmo de crescimento forte desde um pouco antes da pandemia. Depois, a Comcast, empresa dona da NBC Universal, continuou investindo pesado na nossa divisão. A gente teve uma série de inaugurações durante a pandemia. Os hotéis mais novos do Universal Orlando Resort, que são os hotéis econômicos, ficaram prontos durante a pandemia. A (montanha-russa Jurassic) VelociCoaster foi inaugurada em 2021; a (atração infantil) Villain-Con Minion Blast, em 2022.
A gente abriu um complexo inteiro na China, o Universal Beijing Resort. A obra terminou durante a pandemia. Fora a expansão de Super Nintendo World na Califórnia, um fenômeno, um sucesso absurdo. O público dos Estados Unidos e internacional respondeu muitíssimo bem. É um investimento que tem dado muito retorno e, com isso, a empresa continua investindo. A maior aposta agora, sem dúvida, é o Universal Epic Universe, que vai ser inaugurado em 2025. A gente não tem data ainda, mas é no ano que vem. É o 4º parque temático do Universal Orlando Resort, com mais 3 hotéis em volta dele. Vamos chegar ao total de 11 hotéis e 4 parques temáticos, além do CityWalk, a nossa área de restaurantes e lojas. Então é isso: investimento, crescimento e sempre o próximo capítulo, sempre o futuro.
O Epic não fica numa área adjacente aos parques existentes. Você disse que está a 10 minutos de ônibus. Então o Harry Potter, por exemplo, não vai ter a 3ª área conectada como os outros 2 são hoje em dia. O Universal Studios Florida e o Islands of Adventure, os 2 parques temáticos que a gente tem aqui no complexo, são lado a lado. Você pode caminhar de um para outro ou você pode pegar o Hogwarts Express, o trem que liga Londres a Hogsmeade nas áreas de The Wizarding World of Harry Potter. O Epic Universe fica mais ou menos a 10 a 12 minutos de distância do complexo atual. As pessoas podem fazer o trajeto com os próprios carros, mas a gente vai ter o nosso transporte, com ônibus elétricos. Você mencionou a área nova de Harry Potter. Vai ser o Ministry of Magic, o Ministério da Magia. Um pouco de Paris, um pouco de Londres. Vai ser um dos 5 mundos do Epic Universe. Além dele, a gente vai ter a área de Como Treinar Seu Dragão, com a Ilha de Burke; e o Dark Universe, uma homenagem à história que a Universal Pictures construiu com filmes de terror e de monstros, mas não vai ser assustador como o Halloween Horror Nights.
O Super Nintendo World vai ser uma expansão do que a gente já tem na Califórnia. Mas é maior aqui. A atração principal é o Mario Kart Bowser's Challenge, a mesma de lá. Só que a gente vai ter mais em Orlando, incluindo uma área de Donkey Kong, com uma montanha-russa familiar.
Para conectar todos esses mundos, o Celestial Park é a entrada do Epic Universe, com restaurantes e lojas. É onde a gente traz de volta o parque para o parque temático, com muito paisagismo e água, e algumas atrações também. Tem um carrossel maravilhoso.
É mais lúdico? É, mas tem uma montanha-russa dupla também.
[risos]
Vocês não deixam de fora a adrenalina. E de onde surgiu a ideia de botar um hotel dentro do parque? Existe uma percepção do consumidor no turismo, principalmente aqui em Orlando, de que você vai se hospedar dentro do parque quando vai ficar num hotel de um complexo. E outros também têm seus hotéis. Nenhum é dentro de um parque. O que a gente tem mais próximo aqui na Universal Orlando é o Hard Rock Hotel. É fantástico, fica a 3 minutos, a uma caminhadinha super rápida do parque. Como a gente tinha uma área enorme, onde ia fazer um parque todo novo, por que não responder a essa ansiedade do consumidor e construir um parque temático com um hotel lá dentro? Aí veio a ideia do Helios Grand. Maravilhoso, vai ser um hotel de luxo, com 500 apartamentos e uma entrada exclusiva para os hóspedes acessarem o Universal Epic Universe. Não tem a data de abertura ainda porque a gente vai anunciar junto com a do parque.
Os 2 hotéis econômicos novos não ficam dentro do parque. Eles são vizinhos ao Epic? Isso, e o Stella Nova Resort e o Terra Luna Resort vão ser inaugurados antes, em janeiro e fevereiro de 2025. Todos eles, incluindo o Helios, têm uma pegada meio celestial, que tem a ver com 1 dos 5 mundos do parque. A arquitetura é super diferente. O Terra Luna e o Stella Nova têm umas pastilhas do lado de fora que refletem a luz e, dependendo do ângulo em que o sol bate, ganham uma coloração diferente. São lindíssimos. Justamente porque não estão dentro do parque, eles podem ser inaugurados um pouquinho antes.
Imagino que por causa do sucesso dos outros econômicos, incluindo com o público brasileiro. O brasileiro adora o Cabana Bay Beach Resort, que foi o nosso 1º hotel de uma categoria mais econômica. São 2.200 quartos, tematizado com anos 1950, 1960, com acesso exclusivo ao Volcano Bay, o nosso parque aquático. E o brasileiro adora também o Endless Summer Resort, com 2 hotéis, o Dockside e o Surfside. Os hotéis da Universal que são de uma categoria mais econômica - ou o que a gente chama de value, de valor, ou prime value, um pouquinho acima de valor - têm preços muito competitivos. Porque não apenas o equipamento, a estrutura, os quartos e as piscinas são muito bons, se comparados a hotéis do mesmo nível, como o serviço hoteleiro mesmo. Além disso, eles contam com benefícios exclusivos. Os nossos hóspedes têm acesso 1h mais cedo aos parques e transporte gratuito pelo complexo. Nos hotéis mais luxuosos, que são o Portofino Bay, o Royal Pacific e o Hard Rock, os hóspedes possuem o Universal Express, o passe que evita as filas normais, incluído na tarifa. O brasileiro entendeu que isso agrega muito valor. A gente está falando de valor, não de preço, por isso os hotéis da Universal caíram no gosto dos brasileiros. Uma demanda maior, de outros públicos também, justifica a construção de novos hotéis. Então, em 2025, a gente vai chegar a 11 hotéis, a 11.000 quartos.
Claro que vocês já tinham tudo isso planejado antes. Mas imagino que também sentiram uma demanda absurda nos parques depois da pandemia. As pessoas ficaram muito tempo sem sair. Aquela ideia de poder ter uma experiência real ficou dentro das pessoas. O que a gente oferece aqui é isso, é experiência, a oportunidade de as pessoas se conectarem de novo. Por isso, os parques têm feito tanto sucesso pós-pandemia. A gente está numa crescente muito forte. A demanda é muito boa para o 2º semestre de 2024, com as companhias adicionando voos, o que nos ajuda muito. Porque o brasileiro só não veio mais para cá no 1º semestre porque não tinha voo. Agora tanto a Gol, quanto outras companhias estão adicionando voos. Mais assentos, mais disponibilidade, mais brasileiros virão com certeza.
A Universal é muito conhecida pelas radicais montanhas-russas, mas o interessante é que todas essas áreas novas, dos Minions e da DreamWorks, são para os pequenininhos. Para a família toda, mas muito foco nos menores. A gente sempre teve atrações para a família toda. É que as atrações mais radicais, uma montanha-russa enorme como a Jurassic VelociCoaster, chamam muita atenção. Agora tem muitos pais e mães radicais, que querem ir nessas atrações com os filhos também. O que a gente continua fazendo é inovar. A DreamWorks Land é uma evolução do que a gente já tinha antes. Era a área de Pica-Pau, com vários outros personagens ali, que historicamente tinham todo seu valor. Vários de nós crescemos vendo essas histórias na televisão e nos livros.
Só que vocês deram uma atualizada. A gente brinca dizendo que o mundo evolui, as crianças evoluem, e as férias, também. Então a gente está evoluindo trazendo a DreamWorks Land como a grande novidade deste verão dos Estados Unidos.
Ainda no Universal Studios Florida, o novo show de encerramento do dia nunca foi feito antes no lago? Já teve, mas não nessa proporção. É lindíssimo. Vale muito a pena.
QUEM FAZ
Nathalia Molina viaja desde os 5 anos, adora café da manhã e aprecia um bom serviço no turismo. Essencialmente urbana, também tem seus dias de paisagem natural. É jornalista de viagem há 20 anos e ganhou 4 vezes o prêmio da Comissão Europeia de Turismo. Em 2011, criou o Como Viaja: acompanhe no Instagram @ComoViaja e em comoviaja.com.br
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