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Em Porto Alegre, nível do Guaíba cai e fica abaixo da cota de inundação pela 1ª vez em um mês

No dia 5 de maio deste ano, o nível do rio alcançou seu pico histórico, de 5,35 metros, ultrapassando o pico de cheia anterior, registrado em 1941, quando atingiu 4,76 metros

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Foto do author Renata Okumura
Atualização:

O nível do Guaíba, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, permanece em redução neste sábado, 1º, ficando abaixo da cota de inundação (3,60 metros) pela primeira vez em um mês. Por volta das 5h, registrava 3,58 metros. Às 11 horas, diminuiu mais seis centímetros, chegando em 3,52 metros.

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Desde o fim de abril, com as fortes chuvas que atingiram o Estado gaúcho, o nível do rio começou a subir. No dia 2 de maio, conforme medição das 21h15, o nível do rio era de 3,56 metros. Menos de duas horas depois, por volta das 23 horas, estava em 3,68 metros.

No dia 5 de maio deste ano, o nível rio alcançou seu pico histórico, de 5,35 metros, ultrapassando o pico de cheia anterior, registrado em 1941, quando o Guaíba atingiu 4,76 metros. Posteriormente, começou a oscilar – mesmo assim, em volume acima da cota de inundação.

Vista aérea da enchente que atingiu a cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, no dia 3 de maio de 2024. O Rio Guaíba transbordou e as águas invadiram diversos pontos da cidade. Foto: MIGUEL NORONHA

No dia 22 de maio, por exemplo, o nível do Guaíba reduziu para 3,90 metros, por volta das 9 horas, mantendo esta média de patamar até o dia 24 de maio, quando passou novamente de 4 metros. Desde o dia 29 de maio, o rio começou a baixar novamente. A cota de inundação é de 3,60 metros, enquanto a cota de alerta é de 3,15 metros.

A cota de inundação é de 3,60 metros, enquanto a cota de alerta é de 3,15 metros. Foto: Reprodução/Agência Nacional das Águas

Rio Grande do Sul atualiza cota de inundação do Guaíba na Usina do Gasômetro

O governo do Estado atualizou, na terça-feira, 28, a cota de inundação na estação telemétrica emergencial instalada na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre. No novo ponto de medição do nível do Guaíba, instalado em 3 de maio, a cota de alerta é de 3,15 metros, e a cota de inundação passou de 3 metros para 3,60 metros. A atualização já está disponível no site da Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA).

As cotas da estação telemétrica antiga, instalada desde 2014 no Cais Mauá, próximo à Rodoviária de Porto Alegre, seguem as mesmas: 2,55 metros (nível de alerta) e 3 metros (nível de inundação).

“A diferença de níveis de referência para inundação se dá porque as estações telemétricas encontram-se em locais diferentes da orla e com diferentes relevos. É importante ressaltar que não há alteração na medição do nível do lago, visto que o nível do Guaíba só muda com o aumento da afluência de vazões ou com represamento do escoamento. Os níveis históricos seguem os mesmos, o que foi restabelecida é a referência do nível de alerta e de inundação”, justificou, na ocasião, Marjorie Kauffmann, secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura.

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As referências de alerta e de inundação foram estabelecidas por técnicos do Departamento de Recursos Hídricos e Saneamento da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (DRHS/Sema) e do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS), a partir de vistoria no Cais Mauá realizada no dia 25 de maio, quando a região apresentou condições seguras de acesso.

“As diferenças entre cotas de inundação em diferentes pontos são comuns na medição dos níveis de rios. Na enchente de 1941, por exemplo, bibliografias apontam cinco picos diferentes do nível do Lago Guaíba. Todas essas possibilidades são consideradas para fins históricos. A intenção é que as duas estações telemétricas sejam mantidas, ampliando a capacidade de monitoramento do Estado”, acrescentou o governo gaúcho.

Conforme informe técnico, a medição do nível do Guaíba foi realizada no Cais Mauá até 2 de maio, passando, desde 3 de maio, a ser realizada na estação Usina do Gasômetro, de acordo com a ANA.

O Rio Grande do Sul enfrenta o pior desastre climático de sua história. O último boletim da Defesa Civil aponta que mais de 2,3 milhão de pessoas foram afetadas em mais de 470 municípios do Estado.

O balanço de desalojados e pessoas em abrigos é de mais de 620 mil pessoas. A parcial é de 171 óbitos, mas autoridades têm destacado que os números ainda irão aumentar. Há ainda 43 pessoas desaparecidas. O governo federal reconheceu calamidade pública.

Ainda segundo a Defesa Civil do Estado, 77.865 pessoas e 12.543 animais foram resgatados, conforme consta no último balanço.

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