Novos navios e promoções aquecem setor de cruzeiros no Brasil e no exterior

De acordo com especialistas da área, a temporada 2023/2024 promete ser a melhor dos últimos onze anos no País

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Foto do author Adriana Moreira
Por Adriana Moreira e Nathalia Molina

A pandemia foi um duro golpe na indústria de turismo – e para o setor de cruzeiros não foi diferente. Quase quatro anos depois da emergência sanitária, no entanto, o cenário é outro. O setor comemora o mercado cada vez mais aquecido, tanto em viagens nacionais como nas internacionais.

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Projeções da Cruise Lines International Association (Clia Global) indicam que a indústria de teria ultrapassado em 2023 o volume de passageiros embarcados de 2019. “Depois de 2023 já posso dizer que a retomada de cruzeiros foi completa”, diz João Pedro Bárbaro, gerente-geral da Qualitours, operadora especializada em cruzeiros, que faz parte do ecossistema BeFly. Segundo ele, os números de vendas foram superiores aos de antes da pandemia. Bárbaro diz ainda que os cruzeiros internacionais também estão em alta no Brasil, especialmente dos seguimentos premium e luxo. “Há uma alta na procura por embarcações menores, de 100 a 1.200 passageiros”, conta.

Em relação aos protocolos de saúde, ele explica que as companhias aprenderam com a pandemia, e os cuidados que sempre tiveram de existir nos navios foram redobrados. “As empresas fizeram melhorias na questão da limpeza, dos filtros de ar, o cuidado com bactérias. Todas as companhias alteraram o sistema de ventilação, então o ar está sempre circulando”. Outra razão para o otimismo do mercado de cruzeiros está ligada ao aumento no número de embarcações e roteiros. “As empresas estão lançando navios e reformando antigos. Com isso, aumentam as promoções e o mercado se mantém aquecido”, diz Bárbaro.

MSC Grandiosa é o maior e mais novo navio da temporada, inaugurado no fim de 2019 Foto: Ivan Sarfatti/MSC

Estela Farina, diretora-geral da Norwegian Cruise Line Holdings (NCLH) para o Brasil, conta que houve um aumento significativo de brasileiros nas três marcas da companhia, Norwegian Cruise Line, Oceania Cruises e Regent Seven Seas Cruises. “Tem algumas explicações. O fato de termos as temporadas aqui. Algumas pessoas aprovam e acabam querendo transportar a experiência de visitar destinos por meio de cruzeiros para o exterior.”

Litoral brasileiro

Por aqui, a temporada 2023/2024 promete ser a melhor dos últimos 11 anos no País, segundo expectativa da Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros (Clia Brasil). Com novo porto de embarque, Paranaguá (PR), e navio estreante, o MSC Grandiosa, nove transatlânticos, com 877 mil leitos, vão percorrer 212 roteiros por 19 destinos.”Comemoramos a maior temporada da década (2022/2023, com 802.758 passageiros) e estamos empenhados em fazer desta em curso a melhor dos últimos 11 anos, superando os 805 mil cruzeiristas de 2011/2012″, afirma Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil, referindo-se ao recorde no País, quando vieram para cá 20 transatlânticos.

Com os anos, as embarcações cresceram em tamanho. Maior e mais novo navio neste verão brasileiro, de 2019, o MSC Grandiosa comporta até 6.334 passageiros. “Mais leitos ofertados, mais cruzeiristas e maior eficiência dos navios levaram a indústria de cruzeiros no Brasil a mostrar sua alta capacidade de retomada. Nossa meta é um caminho ascendente, assim como está acontecendo no mundo”, diz Ferraz.

Apesar dos bons números, segundo o presidente da Clia Brasil, a temporada passada e a próxima são as de maiores custos operacionais entre todas as realizada no País. “Por isso, precisamos buscar melhorias em infraestrutura, segurança, regulação e desenvolvimento de novos destinos, além de estar preparados para receber os novos navios, que são maiores, mais tecnológicos e sustentáveis.”

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Brasileiros vêm procurando mais opções de cruzeiros internacionais, especialmente de luxo e exóticos - o navio Regatta, da Oceania, faz cruzeiros pelo Alasca Foto: Oceania/Divulgação

Até maio, nove transatlânticos navegam pelo litoral brasileiro neste verão. Um deles, o MSC Musica, oferece embarque apenas na Argentina e no Uruguai. Os passageiros brasileiros podem escolher entre três navios da Costa Cruzeiros e cinco da MSC. Os roteiros incluem paradas em Santos (SP), Rio de Janeiro, Salvador, Maceió, Itajaí (SC) e, pela primeira vez, Paranaguá (PR). As empresas também se mostram otimistas.

Para a Costa, o verão passado já representou um marco. “Em 2022/2023, tivemos a melhor temporada da última década. A expectativa deste ano é conquistar índices superiores em vendas em relação à última, já que teremos a temporada mais longa na América do Sul, com duração de quase seis meses, maior número de hóspedes e destinos”, afirma Dario Rustico, presidente executivo da Costa para as Américas do Sul e Central e diretor regional para as Américas.

Na MSC, o total de brasileiros em 2022/2023 passou de 500 mil. “Esse número representa um crescimento de 100% no número de hóspedes embarcados em comparação a 2019/2020″, conta Ignacio Palacios, diretor comercial da MSC Cruzeiros no Brasil.

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