Orelha de abano, dumbo, topo gigio, orelhão. São alguns dos apelidos que fatalmente terão aquelas crianças que nasceram com o aparelho auditivo aparente avantajado ou de curva acentuada. Tem gente que tenta de tudo quando o bebê nasce com orelha saltada. É fatal: é sair do hospital e a criança vai ter a pequena cabeça enrolada por uma faixa de pano.
Tem mamãe que inventa desculpa, diz que fica bonito. Com bebês, papai aprendeu a acreditar mais na ciência e menos nos conselhos dos avós e vizinhos. Esteja certo: o uso de adesivos, faixas e outros métodos caseiros não diminuem as orelhas de abano e não são recomendados por cirurgiões. Das gêmeas, a Helena tem a orelha mais saltada. Mas não chega a ser uma orelha de dumbo. Foram os ralos cabelos aparecerem, que a pequena orelha voltou para sua discreta insignificância no desenho do rosto. Mas mamãe é neura e super influenciada. Além de sofrer por antecedência pelos problemas que fatalmente virão, ela pena por aqueles que jamais se concretizarão. Desde antes da Beatriz e a da Helena saírem da UTI neonatal, sempre insisti para evitarmos o uso desnecessário da faixa na cabeça.
Temos faixa no armário das pequenas sim, e elas foram usadas uma ou outra vez, como ornamento para as mini e belas cabeças. Mas para quem realmente tem o problema em casa, existe um modo de resolver. É uma cirurgia plástica, chamada otoplastia, que pode ser feita depois dos seis anos, quando o crescimento das bitelas já não é tão significativo. Mas assegure-se que essa é uma vontade da criança, não um grilo criado pelos pais. Â
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