Obama quer congelar gastos que não sejam ligados à segurança

Discurso de hoje dará as prioridades do presidente nos próximos meses

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Por Gustavo Chacra
Atualização:

Mais de um ano após a crise econômica mais grave dos últimos 70 anos, o presidente dos EUA, Barack Obama, deve priorizar os problemas domésticos americanos no seu primeiro discurso do Estado da União, considerado o mais simbólico pronunciamento presidencial por determinar as diretrizes da governo para os 12 meses seguintes. De acordo com antecipações do teor do discurso, previsto para hoje à noite no Congresso, Obama deverá anunciar o congelamento, pelos próximos três anos, dos gastos governamentais que não sejam relacionados com a área de segurança e de ajuda internacional. O objetivo, segundo analistas, é conter as críticas ao governo que lançou um amplo programa de estímulo da economia que contribuiu para elevar o déficit para mais de US$ 1 trilhão. Ao mesmo tempo, Obama deverá se comprometer, mais uma vez, com a criação de empregos. Atualmente, a taxa de desemprego está em 10% e tornou-se um dos mais graves problemas domésticos.O presidente tem sido criticado pelos gastos e tachado de populista. O desemprego elevado também provoca insatisfação, apesar de a economia aos poucos se reaquecer.O crescimento no déficit afetou sua popularidade e pode causar uma grave derrota nas eleições parlamentares deste ano. Em janeiro, os democratas perderam para os republicanos a cadeira no Senado no Estado de Massachusetts, que estava nas mãos do partido há décadas. Nos anos 90, o ex-presidente Bill Clinton enfrentou o mesmo problema, quando viu a oposição conquistar a maioria no Congresso.Segundo funcionários da Casa Branca, o congelamento dos gastos para agências não relacionadas ao Exército, segurança e programas de ajuda internacional, ficará em cerca de US$ 447 bilhões para cada um dos próximos três anos do mandato de Obama, afetando diretamente iniciativas ligadas à educação e ao meio ambiente. O valor é um oitavo do orçamento americano e a economia, com a nova medida, será de cerca de US$ 250 bilhões. Apesar de agradar eleitores independentes e a ala mais conservadora dos democratas, Obama poderá sofrer duras condenações da esquerda do partido e não será poupado pelos republicanos. Na área externa, analistas preveem que Obama fale do Haiti e das guerras do Afeganistão e do Iraque. Não está claro, no entanto, se ele abordará o Irã e o conflito entre israelenses e palestinos.

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