A Odebrecht Transport venceu o leilão de concessão da rodovia BR-163 (MT) nesta quarta-feira, ao oferecer uma tarifa de 0,02638 real por quilômetro, o que representa um deságio de 52 por cento. A tarifa máxima de pedágio estabelecida no leilão era de 0,055 real. A empresa vencedora terá que investir 4,6 bilhões de reais ao longo dos 30 anos de concessão da rodovia. A oferta da Odebrecht superou a proposta de deságio de 46 por cento oferecida pela Triunfo Participações. Na semana passada, a Odebrecht Transport venceu em conjunto com a operadora do aeroporto de Cingapura, Changi, o leilão de concessão do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, com uma oferta de 19,018 bilhões de reais, quase quatro vezes maior que o lance mínimo definido pelo governo. Ao justificar o deságio oferecido para o trecho mato-grossense da BR-163, o diretor de rodovias da Odebrecht Transport, Renato Mello, afirmou a jornalistas que o potencial de crescimento da economia do Mato Grosso é maior que o do Brasil. Mello afirmou ainda que a concessão do trecho da rodovia no Mato Grosso do Sul "é um bom projeto", mas evitou comentar eventual interesse da empresa. Por sua vez, o ministro dos Transportes, César Borges, disse a jornalistas que o governo espera "resultados semelhantes nos próximos leilões de rodovias". O próprio presidente da Triunfo, Carlo Bottarelli, já garantiu participação da empresa em próximos leilões. "Com certeza, até subir e bater a campainha (de encerramento do leilão)", disse o executivo à Reuters. O trecho da BR-163 que foi leiloado possui 850 quilômetros de extensão, com início na divisa com o Estado de Mato Grosso do Sul, e término no quilômetro 855, no Mato Grosso. Com esta licitação, o governo conseguiu encerrar com sucesso o leilão de mais um lote de rodovias, após ter licitado a BR-050 (GO-MG) em setembro, mas fracassar com a BR-262, que não recebeu propostas na ocasião. Para o leilão desta quarta-feira, sete grupos entregaram propostas. Além da Odebrecht Transport e Triunfo, participaram da disputa CCR, Invepar e Galvão Engenharia, além de dois consórcios liderados por Ecorodovias e Fidens cada um.
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