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Pablo Marçal coloca no ‘melhor tênis’ nome de funcionário que morreu após maratona

Bruno da Silva Teixeira participou de desafio que seria inicialmente uma corrida de 21 km, mas depois, de surpresa, foi transformada em 42 km

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Foto do author José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA – O empresário e palestrante motivacional Pablo Marçal comentou pela primeira vez a morte de Bruno da Silva Teixeira, de 26 anos, funcionário que morreu após participar de uma “maratona surpresa” de 42 km, organizada por uma empresa dele. Marçal disse que, em homenagem, escreveu o nome de Bruno em seu melhor tênis. “Quando um piloto de avião morre, os pilotos que são amigos escrevem o nome do cara e carregam na ombreira. Eu corro todo dia com meu melhor tênis, está escrito o nome dele”, afirmou.

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Bruno era funcionário da X Grow, uma das empresas criadas por Marçal e comandada por um sócio desde que o coach decidiu ser candidato a presidente, no ano passado. No dia 5 de junho, ele e os colegas participaram de um desafio proposto de última hora, que seria inicialmente uma corrida de 21 km, mas depois, de surpresa, foi transformada em uma maratona de 42 km. Em vídeo publicado no Instagram, o rapaz reclamou do rigor da prova, que duraria seis horas. “Onde eu fui me enfiar? Esse é o problema de andar com gente de alta frequência”, postou.

Bruno passou mal no 15º quilômetro do percurso. Socorrido, foi levado para o Hospital Albert Einstein, na capital, mas não resistiu. Pablo Marçal não fazia parte desse grupo de corrida, que reunia funcionários de sua empresa, mas a maratona aconteceu dias depois dele ter se vangloriado de percorrer 42 quilômetros. “Minha mãe não é mãe de fraco. Meu pai não é pai de otário. Minha vó não é vó de trouxa”, disse, na ocasião. A morte de Bruno é investigada pela Polícia Civil de Barueri.

Em suas lives e palestras, Pablo Marçal incentiva as pessoas a superarem seus limites. Foto: REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

O conteúdo da live, ao qual o Estadão teve acesso, foi confirmado pelo advogado de Marçal, Tassio Renam. “O fato de ter escrito no melhor tênis dele realmente aconteceu. É um princípio muito usado na aviação e ele o fez. Quando um piloto sofre um acidente, os colegas escrevem o nome dele em suas roupas e medalhas”, disse. Ele confirmou que Marçal não estava na maratona. “Não foi uma corrida, foi um treino e ele não teve qualquer participação. Estava na casa dele dormindo e, infelizmente, foi acordado com essa triste notícia.”

Na live dirigida a um público de 12 mil pessoas e transmitida em sua conta no Instagram, Pablo Marçal indicou que a morte do funcionário foi uma fatalidade. “Tem gente canalha falando que obriguei o funcionário a correr. Mentira, não existe isso. Respeita o cara, morreu novo. Mil e trezentas pessoas morrem por dia com problema de coração. Passa na porta aqui da minha empresa. Nós vamos ficar 70 dias com as bandeiras baixas, nós estamos de luto por ele”, disse Marçal.

O empresário disse não ter comentado antes o assunto por respeito à dor da família. Marçal disse que não tinha “nada a ver” com a morte do Bruno. “Eu estava na minha casa quando aconteceu. Minha compaixão com a família, que ajudamos financeiramente, levamos para o melhor hospital. Eu vou lançar o maior movimento para cuidar da saúde deste país”, disse, acrescentando que, “se pudesse, gastaria milhões para esse cara não morrer”.

O advogado disse que Pablo Marçal já se dedica a melhorar a saúde das pessoas, estimulando-as a praticar esportes e exercícios físicos. “Ele adotou esse estilo de vida e vem fazendo isso em suas lives, uma vez que tem mais de 7 milhões de seguidores nas redes sociais e esse papel de incentivador cabe a ele.”

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Também confirmou que o empresário procurou a família de Bruno para oferecer apoio, mas não foi recebido. “Custeamos toda a despesa com o hospital, uma vez que ele foi levado para o Albert Einstein. Não saiu com vida, mas houve um custo e foi bancado por nós. O Pablo queria falar com a família, transmitir umas palavras de conforto, mas não foi recepcionado por eles.”

Conforme o advogado, a investigação sobre a morte de Bruno pela polícia não vai chegar ao empresário. “O procedimento de investigação está correndo, uma vez que é uma morte considerada suspeita. As pessoas que estavam envolvidas na corrida são ouvidas, mas não se tem um culpado, pois não era uma corrida oficial, apenas um treino entre amigos. Marçal não é sócio da empresa na qual o Bruno trabalhava, é um dos fundadores, mas não tem qualquer link do Marçal com o Bruno, por isso não tem porque ser ouvido”, disse.

‘Eu nunca perco’

Em suas lives e palestras, Pablo Marçal incentiva as pessoas a superarem seus limites. “Todos nascemos para ser foguetes. O problema é que muitos são inoperantes.” Ele disse ter criado a Plataforma Internacional com a missão de “encorajar pessoas, destruir bloqueios”. Já em sua conta no Instagram, postou: “Eu nunca perco. Ou eu ganho, ou eu aprendo. Mas e você, qual a sua colocação na corrida da vida?”

Proibido de realizar escaladas

Em 5 de janeiro de 2022, Pablo Marçal conduziu 32 pessoas numa escalada ao Pico dos Marins, na Serra da Mantiqueira, com 2.420 metros de altitude. As condições meteorológicas eram ruins, com chuva e ventos fortes, e os participantes não tinham equipamentos adequados. Houve pedido de socorro e o Corpo de Bombeiros organizou uma grande operação, resgatando inclusive o coach. Marçal foi proibido por medida cautelar de realizar escaladas e outras atividades de risco sem prévia autorização da Polícia Militar.

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