Padre preso por pedofilia em SC oferecia celulares e bebidas a adolescentes

Polícia acredita que nº de vítimas seja superior aos 5 casos identificados; delegado pedirá conversão da detenção para preventiva

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Por Fábio Bispo

FLORIANÓPOLIS - Pais de um dos adolescentes vítima de abusos sexuais cometidos por um padre de 37 anos, preso na sexta-feira, 9, em Joinville, no norte de Santa Catarina, afirmaram ao Estado que o sacerdote mantinha estratégias para atrair meninos pelas paróquias por onde passou, como presenteá-los com celulares.

Criança enviou pedido de ajuda ao pai por meio do celular Foto: Reprodução/Polícia Civil

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Pelos menos cinco vítimas foram identificadas, mas a polícia acredita que o número possa aumentar até a conclusão do inquérito.

"Ele deu celulares caros de presente para meninos da comunidade e sempre estava com dois ou três com ele no carro. Dizia que tinha medo de andar pela cidade sozinho", contou o pai de uma das vítimas.

O delegado Marcel de Oliveira, responsável pelo caso, pedirá a conversão da prisão temporária em preventiva. Segundo as investigações, o religioso teria permitido que os adolescentes que o acompanhavam bebessem álcool.

Os casos de abusos foram descobertos no final de maio pelos pais de uma das vítimas quando o sacerdote levou cinco adolescentes para dormir com ele em um retiro em Joinville. O garoto que denunciou o caso aos pais conseguiu fugir durante uma investida do padre e mandou uma mensagem de texto para a família pedindo socorro.

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Comportamento

Sob a condição do anonimato para que o filho não seja identificado, pai e mãe de mais de uma das vítimas contaram que já haviam percebido comportamento atípico por parte do religioso, mas que não chegava ao ponto de imaginarem abusos sexuais.

"Certa vez ele me chamou e perguntou se eu havia notado a tendência homossexual do meu filho de 12 anos. Logo em seguida disse que meu filho tinha tentado tocar suas partes íntimas", disse a mãe. "Eu não acreditei que em uma coisa dessas. Na época, meu filho estava indo a uma psicóloga e eu falei isso para ela, que também achou estranho."

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