Em carta a Temer, papa recusa visita ao Brasil e pede atenção aos pobres
Francisco afirmou que agenda cheia não o permitiu aceitar convite para celebrações dos 300 anos da aparição de Nossa Senhora Aparecida
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Por Redação
BRASÍLIA - Em uma carta na qual recusa um convite para visitar o Brasil, o papa Francisco cobrou o presidente Michel Temer (PMDB) para evitar medidas que agravem a situação da população carente no País. A correspondência foi uma resposta a outra enviada pelo presidente no fim de 2016, na qual o líder da Igreja Católica era convidado formalmente para as celebrações dos 300 anos da aparição de Nossa Senhora Aparecida, comemorados em 2017.
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"Sei bem que a crise que o País enfrenta não é de simples solução, uma vez que tem raízes sociais, políticas e econômicas, e não corresponde à Igreja nem ao papa dar uma receita concreta para resolver algo tão complexo", escreveu o pontífice, segundo trecho publicado no blog do jornalista Gerson Camarotti, da GloboNews.
O papa pediu a Temer atenção especial à população mais pobre. "Não posso deixar de pensar em tantas pessoas, sobretudo nos mais pobres, que muitas vezes se veem completamente abandonados e costumam ser aqueles que pagam o preço mais amargo e dilacerante de algumas soluções fáceis e superficiais para crises que vão muito além da esfera meramente financeira", declarou.
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Convite recusado. Sobre o convite, o papa disse que, por causa de sua intensa agenda, não poderia visitar o Brasil neste ano. Ainda de acordo com Camarotti, o pontífice afirmou que reza pelo País e que acompanha "com atenção" os acontecimentos na maior nação da América Latina.
Citando sua exortação apostólica A Alegria do Evangelho, Francisco também lembrou que não se pode "confiar nas forças cegas e na mão invisível do mercado", em um momento em que o governo Temer tenta aprovar reformas econômicas para garantir a confiança dos investidores.
Impeachment. Em setembro, na inauguração de uma imagem de Nossa Senhora Aparecida no Vaticano, o pontífice já havia dito que o Brasil passava por um "momento triste".
Um mês antes, Francisco enviara uma carta não oficial em apoio a Dilma Rousseff (PT), que na época ainda não tinha sofrido o impeachment. Contudo, o papa sempre evitou se posicionar publicamente sobre a crise política enfrentada pelo País, que culminou na derrubada da presidente petista. /ANSA