Desde que foi eleito em 2013, o Papa Francisco, de 88 anos, já passou por diversas internações. Neste sábado, 22, o Vaticano informou que o pontífice teve uma crise respiratória asmática prolongada, precisou fazer transfusões de sangue e que seu quadro de saúde é crítico.
Francisco foi admitido no Gemelli, em Roma, em condição “razoável” no dia 14, após uma crise de bronquite de uma semana, que se agravou. Já no hospital, passou por exames e foi diagnosticado com pneumonia bilateral.
O papa argentino, que teve parte de um pulmão removida após infecção pulmonar quando jovem, é conhecido por ser um workaholic que mantém um ritmo extenuante apesar de sua saúde cada vez mais precária.
Durante durante a Santa Missa do Jubileu das Forças Armadas, no dia 9, o pontífice pediu para um assistente ler discurso por conta de dificuldades respiratórias. Em janeiro, ele sofreu uma queda em sua casa e machucou o braço direito. Na ocasião, o religioso teve que imobilizar o braço por precaução.
A primeira internação do pontífice ocorreu em julho de 2021, quando foi submetido a uma intervenção cirúrgica devido a uma diverticulite. A segunda foi em 29 de março de 2023, quando ficou hospitalizado para tratar uma bronquite infecciosa. A terceira, em junho daquele mesmo ano, quando ele precisou ser operado em caráter de emergência e sob anestesia geral, devido ao risco de obstrução intestinal.
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Internação para cirurgia por risco de obstrução intestinal
Em junho de 2023, segundo informado pela equipe médica à época, a intervenção cirúrgica foi “necessária” por conta do agravamento dos sintomas apresentados por ele.
Na ocasião, a operação foi agendada devido a uma laparocele (hérnia que se forma sobre uma cicatriz), que estava causando síndromes suboclusivas recorrentes, dolorosas e agravadas. A permanência na unidade de saúde durou alguns dias para permitir o curso normal do pós-operatório e a recuperação funcional completa.
Internação para tratar bronquite infecciosa
Em 29 de março de 2023, o papa foi internado e passou três dias internado no Hospital Agostino Gemelli. Na ocasião, o pontífice teve alta médica no dia 1º de abril. Francisco foi hospitalizado depois de ter apresentado dificuldades respiratórias, após sua audiência geral na Praça de São Pedro, a qual participou com total normalidade.
Inicialmente, o Vaticano disse que o papa havia feito exames agendados, mas Francisco revelou mais tarde que sentiu dores no peito e foi levado às pressas para o hospital, onde foi diagnosticado com bronquite infecciosa.
Durante a internação, o papa Francisco recebeu tratamento antibiótico. Na saída do hospital, brincou com os jornalistas: “Ainda estou vivo, não tive medo.”
Na época, ainda de acordo com o jornal italiano Corriere Della Sera, a quem lhe perguntava se estava com medo, ele respondia: “Lembro-me de uma coisa que um velho, alguém mais velho que eu, me disse depois de uma situação semelhante: ‘Pai, eu não vi a morte, mas eu vi chegando, é ruim, hein’”, afirmou o pontífice.
Internação para cirurgia no intestino
Em 2021, foi submetido a uma intervenção cirúrgica devido a uma diverticulite, inflamação na parede do intestino grosso comum em pessoas acima de 50 anos. Ele passou de dias internado no Hospital Agostino Gemelli, entre 4 e 14 de julho de 2021, em razão do problema de um estreitamento do intestino grosso.
Segundo especialistas no aparelho digestivo, o objetivo deste tipo de cirurgia é reduzir problemas causados pelos divertículos, que são pequenas hérnias na parede do cólon com amplo espectro de manifestações clínicas, incluindo hemorragia, inflamações (diverticulites) e as complicações associadas.
Na ocasião, Francisco reclamou que não respondeu bem à anestesia geral e reconheceu que esta intervenção deixou sequelas, razão pela qual desistiu da cirurgia no joelho.
Em 24 de janeiro de 2023, o papa disse à Associated Press (AP) que a diverticulose, ou protuberâncias na parede intestinal, que motivou a cirurgia de 2021 voltou, mas estava sob controle.
Dor no nervo ciático
Neste meio tempo, o pontífice também sofreu crises de ciática ou dores nos nervos, que dificultaram a caminhada e a postura. Ele distendeu os ligamentos do joelho e teve uma pequena fratura em um joelho que o obrigou a usar uma cadeira de rodas e andador por mais de um ano.
Francisco tem um médico pessoal, Dr. Roberto Bernabei, que é internista e especialista em geriatria na Universidade Católica do Sagrado Coração de Roma. Ele também tem uma enfermeira pessoal, Massimiliano Strappetti, funcionária do sistema de saúde do Vaticano a quem Francisco creditou por salvar sua vida quando Strappetti diagnosticou o problema intestinal de 2021.
Em 2022, Francisco nomeou Strappetti seu “assistente pessoal de saúde”. Strappetti e Bernabei costumam acompanhar Francisco em suas viagens realizadas ao exterior.
Retirada de parte do pulmão na adolescência
No ano de 1957, em sua terra natal, a Argentina, Francisco, então na faixa dos 20 anos, sofreu de uma grave infecção respiratória que obrigou os médicos a remover parte de um pulmão.
Mais tarde, ele lembra que uma enfermeira salvou sua vida na época, decidindo dobrar a quantidade de remédios que havia recebido. /Agências internacionais