Paraguai investiga se líder do PCC mandou matar jornalista na fronteira por vingança

Dez pessoas foram detidas pelo crime na semana passada; repórter foi executado em casa

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Foto do author José Maria Tomazela
O jornalista Lourenço Veras, mais conhecido como Léo Veras, foi executado na fronteira com o Paraguai Foto: Foto: Sinjorgran/Divulgação

Um líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) teria mandado matar o jornalista brasileiro Lourenço Veras, que mantinha um site de notícias em Pedro Juan Caballero, na fronteira do Paraguai com o Brasil, segundo autoridades paraguaias. O motivo seria vingança. Conforme o comissário Gilberto Freitas, chefe do Departamento contra o Crime Organizado do Paraguai, a ordem partiu de Ederson Salinas Benitez, o ‘Ryguassu’, preso em uma penitenciária de Dourados (MS).

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Conforme Freitas, Ederson usava um documento falso quando foi detido em janeiro pela polícia, em Ponta Porã, cidade brasileira da fronteira, após uma briga de trânsito. Ele estava armado, mas seria liberado, após pagamento de fiança. O jornalista teria revelado aos policiais sua verdadeira identidade. Após ser levado para a penitenciária, ele tomou conhecimento do motivo da prisão e decidiu encomendar a morte de Veras. O jornalista foi morto a tiros no dia 12 de fevereiro, em sua casa, em Pedro Juan, quando jantava com a família.

Segundo a autoridade policial, a execução foi planejada por Waldemar Pereira Rivas, o “Cachorrão”, dono de desmanches de veículos roubados do Brasil, que está foragido. A irmã dele, Cintya Pereira Leite, presa com outros nove suspeitos do crime no último sábado, 22, teria dirigido o Jeep Renegade usado no assassinato. O veículo foi apreendido na casa dela, em Pedro Juan. O mandante e os executores têm ligações com o narcotraficante Sérgio de Arruda Quintiliano, o 'Minotauro', líder do PCC, que também está preso no Brasil.

A polícia paraguaia ainda tenta identificar os demais executores – além da pessoa que dirigia o veículo, pelo menos três pistoleiros atiraram contra o jornalista. Conforme Freitas, as pistolas usadas na execução coincidem com armas utilizadas em outros crimes atribuídos ao PCC na região.

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O promotor Marcelo Pecci, um dos responsáveis pelo caso, disse que ainda aguarda as perícias das armas e dos celulares apreendidos com o grupo que foi preso para estabelecer a relação deles com o crime. Segundo as autoridades paraguaias, em presídios do Paraguai há cerca de 500 supostos ‘soldados’ do PCC. Em janeiro, 75 deles fugiram da penitenciária de Pedro Juan Caballero – só dez foram recapturados.

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