Um grupo de 20 parentes do bispo de Barra (BA), d. Luiz Cappio, moradores de Guaratinguetá, no Vale do Paraíba (SP), fez um jejum de 24 horas nesta semana, em apoio à greve de fome dele, iniciada há 23 dias em protesto contra as obras de transposição do Rio São Francisco. Os familiares, a maioria sobrinhos e filhos destes, diariamente, acompanham, apreensivos, o ato. "Falamos toda noite com meu pai, que foi pra lá assim que meu tio nos avisou que reiniciaria o jejum", afirmou o advogado Luiz Flávio Godoy Cappio, um dos cinco sobrinhos, filho do comerciante João Franco Cappio, irmão mais velho de d. Cappio. "Até meu filho de 10 anos também fez o jejum, de livre e espontânea vontade, para dar apoio ao tio", disse Godoy Cappio. Os parentes, que fazem orações diárias pela saúde do bispo de Barra, dedicam as missas de domingo a ele, mas concordam com a greve, mesmo sabendo que a atitude pode custar a vida dele. "Não ousamos pedir para ele parar porque sabemos que os motivos que o levaram ao jejum são maiores que nossa paz de espírito. Não queremos atrapalhar esse momento, que é um gesto supremo." Desde que começou a abstinência de alimentação, d. Cappio tem a companhia do irmão que é comerciante aposentado. "Mandamos cartas para meu tio, com a assinatura das crianças, para que sirva de incentivo e estímulo." Para os sobrinhos, o assunto, desta vez, recebe pouca cobertura da imprensa. "Não sabemos por que não estão divulgando tanto, já que é um assunto tão sério, por uma causa tão nobre", afirmou o comerciante Sérgio Cappio, outro sobrinho do bispo. "Estamos muito preocupados porque sabemos que o tio Flávio vai até o fim, principalmente, por acreditar nos princípios cristãos e por seguir Jesus Cristo", afirmou o sobrinho Flávio Cappio.