Parlamentares envolvidos com a denúncia apurada pela Controladoria-Geral da União (CGU) procuraram se eximir de responsabilidade. A deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO) disse que não houve irregularidades nas emendas ao instituto Premium Avança Brasil."Foram pedidos apresentados por duas pessoas idôneas do meu Estado, com larga experiência em realização de eventos, que, por sinal, foram realizados e com grande impacto positivo", afirmou a parlamentar."Meu critério é destinar emendas às demandas qualificadas dentro das áreas mais ligadas à minha atuação parlamentar, como educação, ciência e tecnologia, mulher, esporte, turismo", acrescentou Raquel Teixeira.A deputada afirmou que acompanha a execução dos projetos. "Tanto que tenho comigo as prestações de conta dos dois eventos", disse. O deputado Jovair Arantes, líder do PTB, disse que escolheu essas entidades porque atendiam "às exigências do Ministério do Turismo".O governador eleito de Goiás e senador Marconi Perillo (PSDB) argumentou que os R$ 200 mil em emendas ao Orçamento que foram para o Instituto Prêmio Avança Brasil devem ter sido, na verdade, destinados a alguma prefeitura de seu Estado. Prefeituras. "Esses recursos devem ter sido destinados para alguma prefeitura, que pediu que o dinheiro fosse para o Instituto", disse Marconi Perillo. "Às vezes acabamos tendo excesso de confiança", observou. Assessores do senador argumentaram ainda que algumas prefeituras têm dificuldades em receber os recursos por inadimplência ou situações similares e, por isso, acabam solicitando ao parlamentar que o dinheiro seja direcionado para uma organização não-governamental (ONG). Na semana passada, os deputados Sandro Mabel (PR-GO) e Carlos Leréia (PSDB-GO), indagados pelo Estado sobre emendas a outros institutos, disseram que atendem pedidos de prefeitos, mesmo argumento utilizado por Perillo. Os demais parlamentares citados não foram localizados pela reportagem.
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