MARINA PODE SUSTENTAR A FORÇA?
Alguns analistas já esperavam uma aparição forte de Marina nesta pesquisa Datafolha, diante da emoção com a morte Campos.
A ex-senadora aparece na sondagem com 21 por cento dos votos, um ponto à frente do outro principal candidato da oposição, o senador Aécio Neves (PSDB), mas atrás de Dilma, com 36 por cento.
Surpreendentemente, Marina não tirou votos de Dilma nem de Aécio, que apareceram com os mesmos percentuais da pesquisa anterior feita pelo Datafolha.
Isso significa que o crescimento de Marina de 13 pontos percentuais em relação a Campos veio de eleitores que anteriormente tinham dito que estavam indecisos ou votariam em branco ou nulo.
Em um segundo turno, que para analistas agora parece praticamente certo, o Datafolha mostrou Marina com uma vantagem de 47 por cento sobre 43 por cento de Dilma, um empate técnico no limite da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos para mais ou para menos.
Alguns analistas questionam se Marina será capaz de crescer muito nas pesquisas, considerando a relativamente fraca presença de sua coligação em âmbito nacional, fundos de campanha mais modestos e tempo menor para propaganda obrigatória na TV e no rádio, bem como por sua reputação passada de ser uma política de decisões imprevisíveis.
Alguns membros do PSB de Campos também duvidam do compromisso de Marina com a plataforma do partido, o que poderia provocar algumas tensões durante a campanha. A ex-senadora, que concorreu à Presidência como candidata do PV em 2010, tem procurado minimizar essas preocupações.
Marina tentou fundar um novo partido no ano passado chamado Rede Sustentabilidade, mas não conseguiu registrar assinaturas suficientes a tempo para a eleição de 2014. Ela surpreendeu o mundo político brasileiro com a decisão de apoiar Campos, cuja plataforma do partido diferia muito do dela.
Aécio e o PSDB têm uma base nacional muito mais forte do que a coligação apoiando a candidatura de Marina. Mas a pesquisa divulgada nesta segunda-feira mostrou o apoio ao tucano diminuindo no caso de um segundo turno contra Dilma, quebrando uma sequência de pelo menos quatro sondagens em que ele reduzia a distância para a presidente.
Em um segundo turno entre Dilma e Aécio, a petista aparece com 47 por cento contra 39 por cento do tucano. O Datafolha ouviu 2.843 eleitores em 176 municípios em 14 e 15 de agosto.