Na casa insuspeita da Rua Topázio, em Arujá, Grande São Paulo, havia mais que automóveis de luxo, R$ 95 mil em gavetas e a piscina espaçosa. Em um compartimento secreto, agentes da Polícia Federal encontraram 550 quilos de cocaína e um arsenal: três pistolas automáticas, um revólver calibre 22 e dez granadas antitanque.Três homens foram presos e autuados por tráfico internacional. Eles contaram que a droga boliviana, avaliada em cerca de US$ 3 milhões, entrou no Brasil por Mato Grosso do Sul. Provavelmente, seria distribuída em São Paulo e no Rio.A ação da PF, sem um único disparo, foi desencadeada às 20h45 de segunda-feira. Há seis meses os federais investigam um poderoso grupo de narcotráfico. Aquela residência de Arujá não era alvo da missão - a PF chegou ao endereço a partir de interceptações telefônicas. Os agentes souberam então da viagem de uma carreta que partiu de Dourados (MS) rumo a Arujá. E ficaram na espreita."As granadas são de alto poder destrutivo", informou o delegado Guilherme de Castro Almeida, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da PF em São Paulo. "Vamos submeter esse armamento a uma perícia. Podemos afirmar que se trata de armamento de guerra para fins militares."A PF permitiu fotos e imagens do arsenal. Sobre uma mesa da DRE, no quarto andar do prédio-sede da Superintendência Regional da PF em São Paulo, as dez granadas, dispostas lado a lado, impressionavam até mesmo os federais mais experientes. São torpedos calibre 62 milímetros que nem a PF tem.Os federais investigam agora há quanto tempo os traficantes usavam a casa de Arujá como depósito de entorpecente. "Ao que tudo indica essa casa servia de entreposto da droga. Dali, a cocaína, em porções menores, era distribuída para outros lugares em peruas Kombi."O delegado Rodrigo Levin, da DRE, destacou que o quilo da droga deveria ser negociado a US$ 6 mil.
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