PF prende 12 em quadrilha chefiada por PM

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Por Agencia Estado
Atualização:

Agentes do Setor Inteligência daPolícia Federal em São Paulo prenderam nesta terça-feira à tarde na Rua Morais Navarro, 536, Freguesia do Ó, zona norte da capital, 12 pessoas que fazem parte de uma quadrilha de assaltantes que agem em toda a capital. Segundo a Polícia Federal, os ladrões eram chefiados pelo cabo da PM Marcos Duarte da Silva, de 41 anos e pelo advogado Alexandre Khouri Miguel, de 33 anos. A investigação para identificação e localização da quadrilha começou no dia 17 de maio deste ano quando seis homens tentaram assaltar o posto de fiscalização da Receita Federal, na Rua Florêncio de Abreu, no centro da cidade. Houve troca de tiros com homens da segurança da Receita, e um dos assaltantes acabou sendo morto no banheiro. A quadrilha é suspeita também do seqüestro e morte do auditor fiscal Hélio Pimentel Júnior, de 32 anos, que desapareceu no dia 15 de maio e que trabalhava naquele prédio da inspetoria. O cadáver de Hélio foi encontrado carbonizado no município de Caieiras sem a cabeça e as mãos,que ainda não foram encontradas pela polícia. Parte da quadrilha presa hoje assaltou no começo da tarde um estabelecimento comercial próximo à Praça Panamericana, em Pinheiros. Quando a quadrilha se reunia na residência, na Freguesia do Ó, para a partilha dos produtos roubados foi cercada e presa pelos federais. Os federais apreenderam com os assaltantes um fuzil AK47, duas pistolas de calibres P.40 e 9 milímetros, dois revólveres calibre 38, um rádio de comunicação da Polícia Militar ligado na rede do Centro de Operações da PM; 50 mil tickets refeição; cerca de R$ 5 mil; US$ 800, relógios, câmeras fotográficas e filmadoras. Na residência foram presos o cabo, que está na Polícia Militar há 20 anos, o advogado Miguel, que também segundo os policiais federais era o encarregado de libertar os integrantes da quadrilha junto á polícia, a dona da casa, Juraci Joca, de 54 anos, uma costureira; Omarci Leite de Aquino, de 32 anos; Luiz Aquino Joca Lackeski, de 19 anos; Antonio Carlos Oliveira Souza, de 31 anos, um perueiro; Rudnei Aquino Santos, de 30 anos; o contador Jair Evangelista da Cunha, de 50 anos; Kalil Aquino Nuno, de 21 anos; Paulo Jefferson Assis, de 23 anos, comerciante; Ricardo Cavalcante Ribeiro, de 29 anos, vendedor, que cumpria condenação por assalto na Penitenciária de Franco da Rocha e está em regime semi-aberto, e Rodrigo Carvalho, de 26 anos, auxiliar de esxcritório. A Polícia Federal já hava identificado a maioria da quadrilha e oito deles, inclusive o cabo da Polícia Militar, estão com a prisão temporária decretada pela Justiça Federal em São Paulo pelo assalto ao posto de fiscalização da Receita. O Serviço de Inteligência da Polícia Federal após identificar o ladrão morto no banheiro no prédio da Receita - Luiz de Souza Pereira - passou a levantar as informações de todo o grupo, morador em bairros da zona norte da cidade. Com a identificação, os policiais solicitaram através de um inquérito instaurado na Delegacia Fazendária da PF a prisão temporária dos participantes da quadrilha. Do grupo fazem parte ainda outras seis pessoas, que estão identificadas e procuradas pelos policiais federais. A Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, através de seu setor de comunicações informou que o trabalho de apuração está sendo desenvolvido também para esclarecer o seqüestro e a morte do auditor. Quando do encontro do corpo, a PF chegou a suspeitar que Hélio Pimentel Júnior poderia ter sido vítima da máfia chinesa em São Paulo porque estava envolvido numa investigação sobre sonegação fiscal de diversos comerciantes. O Comando Geral da Polícia Militar foi comunicado da prisão do cabo Duarte da Silva e o serviço reservado da corporação estava também auxiliando nas investigações. O advogado Miguel nega qualquer participação com a quadrilha. Ele disse que apenas prestava serviços advocatícios para alguns dos detidos. Dos 12 presos, quatro deles trabalhavam como pintores e a Polícia Federal informou que eles faziam levantamentos em residências, prédios e nos locais que se empregavam dando informações para a quadrilha para que essa pudesse depois assaltar.

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