O soldado PM José Feitoza da Silva Filho, 45 anos, que assassinou com três tiros de revólver o empresário Olival Tenório da Costa Neto, 22 anos, assumiu o crime e se entregou hoje pela manhã a policiais militares que estavam de plantão na delegacia de Limoeiro de Anadia, a 134 quilômetros de Maceió. De lá, ele foi levado para a 3º Batalhão da PM, em Arapiraca, e depois trazido para Maceió, onde foi apresentado à imprensa, na sala do comandante da corporação, coronel Ronaldo dos Santos. Feitoza contou que matou o empresário porque ele bateu na sua mulher e em seu filho, domingo à tarde, em uma churrascaria, na cidade de São Miguel dos Campos, a 52 quilômetros da capital. O militar disse ainda que não sabia que a vítima era filho do usineiro Olival Tenório, e sobrinho também usineiro João Tenório. Ele disse que o empresário estava com mais três amigos e que durante a discussão chegou a ser ameaçado de morte. "Matei com medo de morrer", afirmou Feitoza. Segundo ele, depois do crime, os amigos do empresário seguiram seu carro e deram vários tiros em sua direção. "Os tiros quebraram o vidro do carro e cortaram meus filhos", contou o militar, acrescentando que a perseguição aconteceu até as proximidades da Usina Porto Rico, que pertence à família de Olival Tenório. Durante a perseguição, numa manobra para evitar que o carro capotasse, Feitoza disse que "a arma do crime caiu no asfalto e ficou rodando na pista". O coronel Ronaldo dos Santos disse que o criminoso vai ficar preso no quartel, à disposição das autoridades policiais, para prestar depoimento e responder pelo crime que praticou. "Além disso, será aberta uma sindicância para apurar o ato praticado pelo militar, que poderá ser expulso da corporação caso seja considerado culpado", afirmou Santos, acrescentando Feitoza tem ficha limpa na PM, embora o próprio militar tenha admitido que responde a inquérito na Polícia Federal por ilegal de munição. O corpo de Olival Tenório da Costa Neto foi sepultado às 11 horas no Cemitério Parque das Flores, em Maceió. Políticos, empresários, amigos e parentes compareceram ao enterro. O governador Ronaldo Lessa disse pela manhã, durante um café com empresários, que não vai permitir que a violência continue manchando a imagem de Alagoas. "Para evitar que isto ocorra, estou convocando esta semana o Conselho de Segurança para discutir alguns crimes sem solução para que não fiquem impunes", afirmou.
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