Rio de Janeiro Uma ação rápida da Polícia Militar frustrou um assalto realizado por quatro homens armados no Hotel Canadá, em Copacabana, zona sul. O crime começou por volta das nove horas desta manhã e a polícia, acionada por telefone por funcionários do hotel, prendeu os quatro ladrões, apreendendo duas motocicletas e quatro armas: dois revólveres e duas pistolas, além de um telefone celular, R$ 468,00, dólares e libras inglesas. Cerca de 20 pessoas, entre hóspedes e funcionários foram mantidos como reféns, mas ninguém ficou ferido. Os criminosos, presos em flagrante, foram levados para a 13ª DP, no mesmo bairro. Segundo a polícia, os ladrões podem ter participado de outro assalto sofrido pelo estabelecimento em 2 de janeiro, quando R$ 6 mil foram levados. Quando ficaram cercados pela polícia, José Miro da Costa Filho, de 33 anos, Jorge Rodrigues dos Santos, de 61, Anderson Eduardo de Oliveira e Ramires Moraes da Silva, ambos de 23, tentaram fugir. Na tentativa, arrombaram as portas de vários quartos. Dois foram presos dentro do hotel, um deles em frente ao estabelecimento e outro depois de ter sido perseguido até a praia de Copacabana. Todos os ladrões moram na favela da Rocinha, em São Conrado, zona sul, e têm passagem pela polícia ou condenações. Santos, por exemplo, era fugitivo do presídio Vicente Piragibe, em Bangu, zona oeste, onde cumpria pena de 22 anos. Já Miro estava em liberdade condicional. Segundo a delegada Sania Burlandi, eles contaram que o crime foi combinado durante um baile, na noite da terça-feira de carnaval. O funcionário da recepção Manoel Mesquita, de 52 anos, foi o primeiro a ser dominado pelos assaltantes. "Foi horrível. Colocaram o revólver na minha cabeça." Ele contou que os ladrões levaram dinheiro dos funcionários e o obrigaram a circular pelo prédio, em busca do cofre do hotel. Na recepção, os sinais da procura: gavetas reviradas e muitos papéis espalhados pelo chão. Na delegacia, o gerente do Hotel Canadá, Francisco das Chagas de Sousa, que teve R$ 70 roubados, contou que também teve uma arma apontada para a cabeça. "Estava descendo do café e esbarrei com os assaltantes. Eles me ameaçaram de morte", disse. Funcionário do hotel há 11 anos, mas apenas desde outubro como gerente, Sousa disse que desconhecia a existência do cofre principal do hotel, que foi encontrado pelo ladrões, mas não chegou a ser aberto. Depois que a situação foi controlada, diversos hóspedes circularam pelo saguão do hotel, que tem 13 andares e 72 apartamentos, dos quais 70 estavam ocupados, em sua maioria por estrangeiros. Assustadas, três angolanas pensavam em se hospedar em outro local. "Estávamos no quarto e ouvimos dois tiros. Pensamos que fossem foguetes de carnaval. Quando abrimos a porta, dois policiais nos mandaram voltar para o quarto e trancar a porta", disse Teresa Cabral, de 39 anos, que em Angola trabalha como bancária. Ela e as duas irmãs ficaram em baixo das camas até o fim da confusão. Também com medo, o estudante de Medicina novaiorquino Greg Kay contava ter sido assaltado na praia, no dia anterior. "Estava na praia com um amigo. Levaram minha mochila, uma câmera, relógio, tênis e R$ 150. Por sorte, a maior parte do dinheiro estava no quarto", disse.
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