Após investigações, policiais do Departamento de Investigações Sobre Narcóticos (Denarc)apreenderam 45 quilos de pedras de crack escondidas no porta-malas de um Audi preto que estava no estacionamento do Shopping Center Norte, na zona norte de São Paulo, na tarde do último sábado. De acordo com o Denarc, esta é a maior apreensão de crack dos últimos oito anos, em São Paulo, feita pela corporação. A maior até então foi realizada em junho de 2001, quando 23 quilos foram apreendidos. A droga estava sendo negociada entre um casal de bolivianos e quatro empresários e comerciantes de Ribeirão Preto, no interior do Estado de São Paulo. Foram autuados em flagrante por tráfico de drogas o casal de comerciantes Luis Alberto Sarzar Alvarez, de 36 anos, e Vanessa Lema Paredes, ambos moradores de Santa Cruz, na Bolívia. A conexão do interior paulista era formada por Willian de Moraes Brito, de 25 anos, Ednei João Goulart, de 30, Valter Pianta, de 48, e Paulo Eduardo Pignata, de 33. Os seis acusados serão transferidos para um Centro de Detenção Provisória. Durante a prisão do casal de bolivianos um fato chocou os policiais. Vanessa estava acompanhada do filho de dois anos. Como não foi possível manter contato com o Consulado da Bolívia, o menino teve de ser encaminhado ao Projeto Criança Cidadã. Segundo policiais da 4ª Dise da Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes, Brito é proprietário de uma madeireira e passou a ser investigado por apresentar sinais de enriquecimento rápido e injustificável, como a compra de carros importados. De acordo com policiais comandados pelo delegado Robert Leon Carrel, Pignata é dono de uma empresa produtora de aguardente que leva o mesmo nome e diretor de esportes do clube de futebol Sertãozinho. Goulart e Pianta são comerciantes. Policiais do setor de inteligência da Seccional de Ribeirão Preto receberam a informação de que em ocasiões anteriores a quadrilha chegou a usar um avião para despejar a droga em canaviais, segundo o delegado Ivaney Cayres de Souza, diretor do Denarc. "Eles negociavam pelo menos 300 quilos de cocaína e crack em Ribeirão Preto e municípios vizinhos", explicou Souza. Ele acredita que, por causa da quantidade de policiais em Ribeirão, a quadrilha decidiu entregar essa remessa na capital paulista. O diretor do Denarc afirmou ainda que a investigação teve início em dezembro e foi feita em parceria com a Polícia de Ribeirão Preto.
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