A Polícia Civil do Pará indiciou o imediato (função logo abaixo a do comandante) Raimundo Nilson da Cruz e o prático (que auxilia o comandante) Flávio Lins Barbosa pelo acidente entre um empurrador de balsas e um navio cargueiro ocorrido em agosto do ano passado no Rio Amazonas, próximo ao município de Óbidos. Os resultados da investigação foram apresentados nesta segunda-feira, 8.
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Os dois são acusados de descumprir a regra 14 do Regulamento Internacional Para Evitar Abalroamento no Mar (Ripeam), que orienta sobre a navegação de embarcações de propulsão mecânica. Após cinco meses de investigação, que incluiu depoimentos e áudios captados pelo sistema registrador de dados do navio, o inquérito concluiu que as embarcações tiveram condutas diversas.
"O empurrador tomou a medida que a regra 14 do Ripeam manda, que é guinar para seu boreste, e o navio em momento algum adota qualquer tipo de medida", explicou o delegado e diretor do Grupamento Fluvial da Polícia Civil, Dilermando Dantas.
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Para o delegado, a falta de comunicação entre as embarcações e os erros de interpretação por partes dos profissionais que conduziam o navio cargueiro foram determinantes para o acidente.
Os indiciados vão responder por crimes relacionados à navegação marítima e fluvial descritos nos artigos 261 do Código Penal, somado aos artigos 263 e 258. O inquérito segue agora para o Ministério Público Estadual do Pará.
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O acidente. O empurrador de balsas pertencia à empresa Bertolini e partiu de Porto Velho, em Rondônia, rumo ao município de Santarém enquanto o cargueiro, da Mercosul Santos, deixou o porto de Suape, em Pernambuco, com destino a Manaus. Ambos colidiram na madrugada do dia 2 de agosto, deixando nove mortos que estavam dentro do empurrador.
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