RIO - Policiais da Delegacia de Homicídios prenderam na tarde da última terça-feira, 29, Thiago Bruno Mendonça, de 33 anos, conhecido como Thiago Macaco. Ele é acusado de matar Carlos Alexandre Pereira Maria, de 37 anos, o Alexandre Cabeça,que era colaborador do vereador Marcello Siciliano (PHS). O homicídio ocorreu em 8 de abril, na zona oeste do Rio.
+++ 'Quem matou e quem mandou matar Marielle?'
O vereador foi apontado por uma testemunha como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), em 14 de março. No crime, também foi morto o motorista Anderson Gomes.Siciliano foi acusado pelo mesmo depoente, cuja identidade é mantida em sigilo, de ter ligações com uma milícia na zona oeste da capital fluminense. O parlamentar nega as acusações.
Ainda não é possível confirmar se a prisão de Thiago tem ligação com as investigações dos assassinatos de Marielle e Anderson. Oficialmente, a captura – feita em uma loja no shopping Nova América, em Del Castilho, na zona norte, por ordem da Justiça - aconteceu nas apurações do homicídio de Alexandre Cabeça.
+++ Anistia Internacional cobra agilidade nas investigações da morte de Marielle Franco
A mesma testemunha que acusou Siciliano, porém, afirmou que um levantamento prévio de informações sobre os hábitos de Marielle foi feita por um homem identificado como Thiago Macaco. Policiais chegaram a prender, há cerca de um mês e meio, outro homem, que tinha o mesmo apelido, mas logo o liberaram. Não havia nenhuma prova que o ligasse ao crime.
Não foi possível confirmar junto à Polícia que o preso na terça é o Thiago Macaco procurado no caso Marielle. A prisão de Thiago foi feita com base em um mandado de prisão temporária expedido pela 2ª Vara Criminal da Capital. Ele não é o primeiro preso relacionado à morte de Cabeça. No último dia 19, a polícia prendeu Rondinele de Jesus da Silva, o Roni. Os policiais buscam agora Ruy Ribeiro Bastos, de 38 anos, apontado com um dos executores do homicídio.
As investigações seguem para confirmar a motivação do assassinato do colaborador e apurar a participação de um quarto homem. Quando Cabeça foi morto, uma hipótese levantada foi de “queima de arquivo” no caso Marielle. Ele prestou depoimento como testemunha no inquérito sobre o assassinato da parlamentar, pouco antes de ser morto a tiros.
A hipótese de “queima de arquivo”, porém, não foi confirmada oficialmente pela Polícia.O assassinato da vereadora segue sob investigação e em sigilo.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.