Após fortes chuvas desde o início da semana, há aproximadamente um milhão de clientes sem água no Rio Grande do Sul, segundo balanço do governo do Estado, que enfrenta seu pior desastre climático, com 75 mortes confirmadas. Segundo o prefeito Sebastião Melo (MDB), 70% de Porto Alegre está sem água. Ele não detalhou se essa porção se refere ao número de domicílios ou de bairros.
Quatro das seis estações de tratamento de água do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) de Porto Alegre tiveram as operações suspensas diante do avanço do alagamento nesse sábado, 4. As autoridades pedem que a população economize água.
O nível do Rio Guaíba bateu recorde, com mais de 5,3 metros (a cota de inundação é de 3 metros). A cidade também teve vários pontos de falta de luz, além da inundação da rodoviária e da suspensão de operações do Aeroporto Salgado Filho. Com áreas ilhadas e moradores à espera de salvamento em telhados, voluntários e equipes de resgate têm se organizado para fazer salvamentos, com jipes, barcos e jet skis, e atender a pedidos que vêm sendo compartilhados nas redes sociais.
O chefe do Executivo municipal também fez apelo ao governo federal para que ajude com recursos e equipamentos para resgate. “Estão faltando barcos, estão faltando botes; estão coletes”, disse ele. “Não pode esperar dois dias. Tem de ser hoje, agora.”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou neste domingo ao Rio Grande do Sul, pela 2ª vez neste mês, acompanhado de nove ministros, incluindo Fernando Haddad (Fazenda). Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também integram a comitiva.
Devido às cheias do Guaíba, o Hospital Mãe de Deus, no bairro Menino Deus, zona sul de Porto Alegre, precisou ser evacuado com a transferência de pacientes para outras entidades de saúde da capital. A transferência ocorreu durante todo o sábado, sob chuva constante. Pacientes em estado grave e recém-nascidos eram as prioridades. “Tive de evacuar com 280 pacientes porque todo ele foi tomado pela água”, disse Melo.
Militares do Exército auxiliaram a retirada dos pacientes e os colocaram nas ambulâncias, já de prontidão em frente ao hospital. Devido ao acúmulo de muita água na Rua José de Alencar, o setor de emergência foi fechado para o acesso.
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