O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, assinou nesta sexta-feira, 31, a compra do histórico Edifício Joseph Gire, mais conhecido como “A Noite”, na Praça Mauá, no centro da capital fluminense. O imóvel, que já abrigou a Rádio Nacional, foi adquirido por R$ 28,9 milhões.
Em nota, a Prefeitura declarou que “a negociação é um marco importante para induzir ainda mais a revitalização da região central”. O objetivo é revender o prédio à iniciativa privada.
“Um dia especial para o Rio. Depois de 20 anos abandonado e sem destino o edifício A Noite - primeiro arranha-céu da América Latina - foi adquirido hoje pela prefeitura. Vamos fazer a venda do terreno para um empreendimento habitacional ou hoteleiro e avançar na revitalização do Centro. Agradeço ao presidente @LulaOficial que mais uma vez demonstrou sua enorme sensibilidade e amor ao Rio ao permitir - assim como já tinha feito em 2009 com o Porto Maravilha- que a cidade cuidasse e definisse o destino de seu patrimônio sem as amarras e leituras equivocadas do Poder Central. É o Rio voltando a ser o Rio!”, escreveu o prefeito Eduardo Paes em uma rede social.
A compra foi concluída após tentativas frustradas de venda pela União. O edifício foi a leilão em ocasiões diferentes, sem que aparecesse interessados. Na primeira tentativa de leilão, o lance inicial era de R$ 93 milhões, mas não atraiu compradores. O preço pedido foi reduzido a R$ 73,5 milhões em junho de 2021, mas tampouco atraiu investidores. Em meados do ano passado, o governo tentou mais um leilão do prédio, por R$ 38,5 milhões, também sem sucesso.
“Após quatro tentativas de venda pelo governo federal entre 2021 e 2022, a SPU disponibilizou o prédio no mercado pela quinta vez. Em setembro de 2022, o prefeito Eduardo Paes anunciou que o compraria caso não houvesse uma proposta até o prazo estabelecido para lances, no dia 18 de fevereiro de 2023. Como as propostas privadas não vieram, dias antes do prazo a Prefeitura do Rio deu entrada na aquisição do A Noite”, relatou a Prefeitura.
O prédio tem estilo Art Déco e 22 andares, com 102 metros de altura e área construída de 29.377,82 metros quadrados. Em 2013, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (iphhan), compreendendo a fachada e elementos arquitetônicos, como a escadaria em caracol.
“O município fará a negociação do edifício via fundo de investimento imobiliário, o que permite mais versatilidade à negociação com investidores privados, como pagamento com entrada mais parcelamento e permutas. Nos últimos anos, a Prefeitura fez negociações de imóveis públicos similares, como um terreno no Santo Cristo onde está sendo erguido um empreendimento residencial, o Rio Energy. Outro exemplo é o prédio no Largo dos Leões, no Humaitá, que será convertido em outro residencial”, relatou a Prefeitura, em comunicado.
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