Princesa da Holanda pode se casar com outra mulher e ser rainha, diz premiê

‘O governo não considera que um suposto herdeiro ou o monarca deva renunciar ao trono se ele ou ela deseja se casar com alguém do mesmo sexo’, defendeu Mark Rutte

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Por Redação

A princesa da Holanda, Catharina-Amalia, de 17 anos, poderá se casar com uma pessoa do mesmo sexo sem perder seu direito ao trono, de acordo com o primeiro-ministro Mark Rutte. O país foi o primeiro do mundo a legalizar o casamento igualitário, em 2001, mas os matrimônios da realeza exigem a aprovação do Parlamento.

Deputados pediram que premiê da Holanda se manifestasse após a publicação do livro “Amália, o dever chama”, de Peter Rehwinkel, especialista em direito constitucional, que acredita que a princesa deveria ser retirada da sucessão ao trono se escolhesse se casar com uma mulher.

Princesa Catharina-Amalia, da Holanda, cumprimenta as pessoas durante o Dia do Rei, em Amersfoort (2019). Foto: REUTERS/Piroschka van de Wouw (arquivo)

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O governo “considera que o herdeiro do trono pode se casar com alguém do mesmo sexo e não renunciar ao seu direito ao trono”, afirmou o primeiro-ministro em carta dirigida ao Parlamento na última terça-feira, 12.

“O governo não considera que um suposto herdeiro ou o monarca deva renunciar ao trono se ele ou ela deseja se casar com alguém do mesmo sexo”, acrescentou Rutte.

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Os membros da casa real holandesa renunciaram ocasionalmente ao seu lugar na linha de sucessão para casar com alguém sem autorização.

Amalia, filha mais velha do rei Guilherme Alexandre e da rainha Máxima, não comentou o assunto, que surgiu a partir de situações teóricas, nem falou sobre sua vida privada em geral.

Quanto aos direitos de herança dos filhos de um casal real homossexual, o primeiro-ministro admitiu que se tratava de uma questão “um pouco mais complicada”.

Nesse sentido, a Constituição poderia “entrar em conflito com o direito da família”, declarou ele na televisão, destacando que o governo e o Parlamento poderiam examinar a questão se tal eventualidade surgisse.

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Em junho passado, a princesa Amalia renunciou a seu direito a um salário anual de 1,6 milhão de euros (US$ 1,8 milhão) porque se sentiu incomodada com a ideia de receber essa quantia antes de assumir plenamente suas responsabilidades reais, enquanto outros alunos lidam com problemas financeiros. / AFP e Reuters

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