Depois de visitar o Afeganistão e o Iraque, o candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, Barack Obama, chega nesta terça-feira a Israel. Durante uma visita de um dia e meio Obama deverá se encontrar com os principais líderes políticos israelenses em Jerusalém. Ele também irá à Ramallah, na Cisjordânia, para se reunir com a liderança palestina. Porém as pesquisas indicam que, se pudessem participar das eleições americanas, os israelenses votariam em seu adversário, o candidato republicano John McCain. De acordo com uma pesquisa de opinião realizada no início deste mês por professores da Universidade de Tel Aviv e publicada pelo site de noticias Ynet, os israelenses dão preferência clara ao candidato republicano. Ao responder à pergunta "Entre os dois candidatos, quem seria melhor para Israel?", 46% dos participantes da pesquisa escolheram McCain e apenas 20% apoiaram Obama. Um índice relativamente alto dos entrevistados, 25%, não tinha opinião formada sobre o assunto. A pesquisa foi realizada entre os cidadãos judeus de Israel e não incluiu os cidadãos árabes, que constituem cerca de 20% da população do país. Resistência De acordo com analistas locais, a maioria do público judeu israelense tem resistência a Obama e não confia nele. Entre as razões apontadas para essa resistência está a posição de Obama em favor do diálogo com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que já afirmou que quer a destruição do Estado de Israel. Outra razão que despertaria a desconfiança de grande parte dos israelenses seria a origem muçulmana de Obama - seu pai era muçulmano, embora ele próprio seja cristão. Os israelenses acham que, se for eleito, Obama será um presidente mais favorável aos palestinos do que o candidato republicano John McCain. McCain McCain visitou esta região em março. Porém, só se encontrou com os lideres israelenses, não se reuniu com os líderes palestinos. Em seu encontro com o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, Obama deverá ouvir a posição israelense a respeito do Irã, contrária a qualquer espécie de diálogo e a favor da continuação da pressão diplomática e do isolamento do governo de Ahmadinejad. Os líderes israelenses também deverão apresentar ao senador americano a sua posição contra a retirada americana do Iraque, defendida por Obama. Segundo o governo israelense, uma retirada rápida das tropas americanas do Iraque poderia fortalecer o Irã e ameaçar a estabilidade do Oriente Médio. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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