O embate violento entre professores grevistas e tropas da Polícia Militar (PM), na terça-feira, 01, provocou uma onda de solidariedade em cidades importantes do País e a expectativa de novas manifestações no Rio e em outras capitais brasileiras.Os professores da rede municipal de ensino, em greve desde 8 de agosto (com interrupção de dez dias em setembro), farão assembleia nesta sexta-feira, 04, para discutir os rumos do movimento. O encontro será no Clube Municipal, na Tijuca (zona norte carioca), às 10h. Às 17h, a categoria e simpatizantes do movimento dos professores realizam protesto no Centro do Rio, com caminhada até o Tribunal de Justiça.Em São Paulo, as redes sociais estão convocando também para sexta protesto em solidariedade aos professores do Rio. O ato, marcado para começar às 17h, ocorrerá na avenida Paulista, na altura do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Na segunda-feira, os professores de Fortaleza também anunciam a realização de manifestação solidária aos colegas cariocas.O Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe)do Rio prepara um grande ato na próxima segunda-feira, 07. A ideia é unir as redes estadual (também em greve) e municipal, com o reforço de representantes de movimentos sociais. A meta, segundo o Sepe, é paralisar o centro do Rio a partir das 17h, com uma marcha entre a Igreja da Candelária e a Cinelândia.Além dos protestos de rua, um ato de repúdio à atuação da PM, promovido pela seccional fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ocorrerá também na segunda-feira. Outras entidades foram convidadas. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB nacional foi duro ao adjetivar as forças de segurança do Estado. Wadih Damous disse que os policiais militares "têm agido como jagunços, espancando professores, advogados, jornalistas e quem passar pela frente". Em outro front, os professores aguardam resposta do Judiciário sobre o mandado de segurança requerido pela oposição na Câmara de Vereadores ao governo do prefeito Eduardo Paes (PMDB). Eles querem a anulação da sessão em que o plano de cargos e salários da prefeitura foi aprovado, sob a alegação de que não havia segurança para a votação e de que o acesso do público foi impedido. Os advogados do Sepe ainda analisam o plano, aprovado pela Câmara na terça-feira e já sancionado pelo prefeito. Eles procuram pontos da lei aprovada que colidem com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). A tese dos sindicalistas é corroborada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). Por meio de nota, o órgão destaca o entendimento de que os artigos 8º e 9º do plano de carreira são incompatíveis com a LDB.
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