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Quadrilha invade Santa Casa e executa traficante

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Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de dez homens armados, encapuzados ou usando disfarces (perucas ou bigodes postiços) invadiram a Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto na madrugada de hoje e, na sala de cirurgia, com um silenciador, mataram Sandro Alberto de Lima, o Pezão, de 30 anos, com sete disparos. Lima estava sob cuidados por ter sido atingido por alguns disparos na porta de sua casa. Durante o trajeto até a Santa Casa, a vítima, que tinha passagem pela polícia por tráfico de drogas, disse à PM que vinha sendo ameaçado de morte nos últimos dias. Devido à ousadia da quadrilha, que fez reféns, sob mira de metralhadoras, fuzis e revólveres, a direção da Santa Casa informou que, a partir de agora, só atenderá emergências de pessoas baleadas ou feridas por armas brancas se houver proteção policial no lado externo do hospital. O provedor da Santa Casa, Dácio Campos, disse que o serviço foi de profissionais, pois o grupo usou comunicadores e conhecia o local. No momento do crime, havia 195 pacientes e cerca de 200 funcionários da instituição. A polícia investiga o caso e já sabe que Lima tinha ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo o delegado Fernando Gonçalves de Oliveira, do Setor de Patrimônio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), ele bancava o aluguel de uma casa do bairro Marincek, onde foi apreendida, em fevereiro, uma central telefônica clandestina que fazia comunicações entre presos de diversas regiões do Estado de São Paulo. A trama para matar Lima começou às 22h de ontem, quando, no portão de sua casa, no bairro Heitor Rigon, ele foi atingido por alguns tiros. Só não foi executado ali porque tinha uma criança em seu colo. Lima refugiou-se no interior da casa e depois foi socorrido e levado à Santa Casa. Aproximadamente às 2h, a quadrilha entrou no hospital usando vários acessos - corredores laterais e um túnel pouco conhecido. Alguns deles tentavam localizar o "baleado" e perguntaram a um paciente, numa sala cirúrgica, se ele era o Sandro. Como não era, foram a outra. Ali, onde Sandro, inconsciente, mas fora de perigo, recebia os últimos curativos, obrigaram médicos e enfermeiros a deitarem-se no chão. Então, atiraram em pontos vitais com um revólver calibre 22. Para garantir a execução, o último disparo foi na cabeça. Em menos de 20 minutos, a quadrilha fugiu, sem deixar pistas. A direção da Santa Casa quer segurança para os casos de baleados e feridos por faca porque tem estrutura pequena e, no ano passado, atendeu 151 vítimas baleadas, além de 52 atingidos por armas brancas e outros casos de lesões corporais. A unidade funciona 24 horas e, assim como a Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas, recebe os pacientes emergenciais durante a madrugada.

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