Quadrilha que cultivava skunk em estufas é presa pela PF no Rio

Investigação começou em 2019, após mulher que levaria drogas para Portugal ser presa no aeroporto de Galeão

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Atualização:

RIO - Dezenas de pés de skunk, cultivados em estufas, foram encontradas e apreendidas pela Polícia Federal (PF) durante o cumprimento de uma ordem de busca e apreensão numa casa em Camboinhas, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, na tarde desta quinta-feira, 3.

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Uma pessoa foi presa em flagrante acusada de tráfico de drogas. O skunk é um tipo de maconha cultivada em hidroponia, ou seja, sem terra, sob luz artificial e com outras combinações que potencializam o teor de tetrahidrocanabinol (a substância ativa presente na planta).

A ação da PF fez parte da Operação Tropeiros, realizada em conjunto com o Ministério Público Federal para desarticular uma quadrilha acusada de tráfico internacional de drogas.

Cerca de 50 policiais cumpriram três mandados de prisão temporária e dez mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e cumpridos em endereços no Rio de Janeiro, Niterói e Nova Friburgo.

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Foram apreendidos carros de luxo, como um Porsche que estava em Nova Friburgo. Uma das ordens de prisão foi cumprida no Aeroporto Internacional do Galeão, na zona norte do Rio, porque o alvo voltava de Miami para o Brasil.

Policial federal observa estufa para cultivo de skunk. Foto: Polícia Federal/Divulgação

Os investigados vão responder pelos crimes de tráfico transnacional de drogas e associação criminosa e, se condenados, podem ser punidos com mais de 18 anos de prisão cada um. Além dos três presos temporariamente, outras três pessoas foram presas em flagrante, entre elas a responsável pelo cultivo de skunk.

Investigação

Segundo a PF, a investigação começou em setembro de 2019, depois que uma jovem que transportava 3,2 kg de cocaína escondida no forro da bagagem despachada foi presa em flagrante no Aeroporto do Galeão.

A mulher morava no Rio de Janeiro e planejava viajar para a cidade portuguesa de Horta, de onde a droga seria distribuída pela Europa. Com o aprofundamento das investigações, conduzidas pela Delegacia Especial de Polícia Federal do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (DEAIN), foram identificados outros integrantes da quadrilha, que tinham a função de recrutar pessoas e receber a droga na Europa.

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O delegado da PF Caio Arthus afirmou que os criminosos recrutavam pessoas para levar a droga para a Europa, tendo como base Portugal e Suíça, de onde o entorpecente era distribuído para outros países. Os transportadores geralmente era recrutados em festas e recebiam o pagamento em euros ou libras. A bagagem com a droga escondida era fornecida pelos recrutadores.

“Com a pandemia, passaram a recrutar pessoas que têm passaporte europeu, para facilitar o ingresso nos países da Europa”, afirmou o delegado. Segundo ele, a quadrilha também enviava as drogas por meio dos Correios, em caixas de madeira e outras embalagens.

A PF descobriu que pelo menos um transportador recrutado foi preso, em Frankfurt, com cinco quilos de cocaína.

A operação recebeu o nome “Tropeiros” porque os criminosos enviavam as drogas para a Europa através de “mulas”, como são chamadas as pessoas contratadas para fazer o transporte do entorpecente. Esses transportadores eram monitorados em tempo real por meio de aplicativos de celular.

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