O atual nível das águas do Lago Guaíba, que inundam as ruas de Porto Alegre, é de 5,04 metros, de acordo com medição feita pela Agência Nacional de Águas (ANA), às 8h15 da manhã desta quinta-feira, 9. A altura das águas chegou a ser levemente mais baixa na noite de quarta, mas voltou a apresentar leve aumento em função da chuva que atingiu a capital gaúcha ao longo da tarde. O nível ainda está muito acima dos 3 metros da cota de inundação, quando as águas começam a causar danos à cidade.
Segundo pesquisadores, a inundação do Guaíba - a maior já registrada - deve persistir por tempo indeterminado na região metropolitana, diante da previsão de temporais intensos em grande parte do território gaúcho nos próximos dias.
![](https://www.estadao.com.br/resizer/v2/DFCRSPMVMRGYVBLQAFJP3PB4EE.jpg?quality=80&auth=f1374308321a5c60a39b13be60cb3a886a4ff8d3308401be9f0e8a9e23c4f724&width=380 768w, https://www.estadao.com.br/resizer/v2/DFCRSPMVMRGYVBLQAFJP3PB4EE.jpg?quality=80&auth=f1374308321a5c60a39b13be60cb3a886a4ff8d3308401be9f0e8a9e23c4f724&width=768 1024w, https://www.estadao.com.br/resizer/v2/DFCRSPMVMRGYVBLQAFJP3PB4EE.jpg?quality=80&auth=f1374308321a5c60a39b13be60cb3a886a4ff8d3308401be9f0e8a9e23c4f724&width=1200 1322w)
O Guaíba recebe as águas de diferentes bacias hidrográficas afetadas pelos temporais, como Taquari e Caí, e enche toda vez chove forte na região central ou noroeste do Estado.
A cheia, porém, nunca foi tão grave - o recorde anterior, de 1941, era de 4,76 metros. Nas últimas décadas, segundo a agência MetSul, a cota de inundação só foi ultrapassada em três ocasiões: em setembro de 1967 (3,11 metros), setembro de 2023 (3,18 metros) e novembro de 2023 (3,46 metros).
Diferentes bairros de Porto Alegre foram esvaziados em razão da enchente, e as autoridades pedem racionamento de água aos moradores. A indicação é que o consumo envolva apenas o essencial, já que as estações de tratamento que atendem o município estão funcionando com capacidade reduzida.
Afetados ainda pelo desabastecimento nos supermercados e falta de energia elétrica, moradores têm partido em massa para cidades menos atingidas pelo evento climático.
Em todo o Estado, o temporal já deixou ao menos 100 mortos e 128 estão desaparecidas. Cerca de 160 mil pessoas estão desalojadas e 66 mil recebem acolhimento em abrigos públicos.