O desabamento da ponte sobre o Rio Tocantins, no último domingo, 22, que deixou ao menos dois mortos e 16 pessoas desaparecidas - sendo três crianças -, não é um episódio isolado. Outros acidentes semelhantes foram registrados no Brasil nos últimos anos.
Alguns aconteceram por razões climáticas, como no Rio Grande do Sul, este ano, quando o Estado sofreu a maior enchente da sua história, mas há situações, também, nas quais o acidente aconteceu após as estruturas da ponte ficar anos sem receber manutenção.
Em setembro de 2022, duas pontes desabaram nos kms 23 e km 34 da BR-319, que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO) pela floresta amazônica. Pelo menos 12 veículos afundaram nas águas dos rios Curuçá e Autaz Mirim, em Careiro da Várzea (AM). Cinco pessoas morreram e ao menos dez ficaram feridas.
Em 2021, no ano anterior ao do acidente, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) havia sido alertado sobre problemas na estrutura. O órgão informou que o desabamento aconteceu por questões geológicas.
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A travessia no local passou a ser feita por balsa. As obras de reconstrução foram iniciadas em 2022, mas pararam em outubro deste ano, após o DNIT romper o contrato com a empreiteira. No último dia 20, a nova licitação foi homologada e outra empresa assumiu o contrato. A previsão é de que as obras sejam retomadas em janeiro.
Muitas vezes o colapso dessas estruturas acontecem devido a fenômenos excepcionais, como as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, quando ao menos 14 pontes caíram.
Em janeiro de 2005, uma ponte sobre a Represa do Capivari, na BR-116, em Campina Grande (PR), desabou causando a morte de um motorista e deixando três pessoas feridas. O motorista estava em um caminhão que caiu na represa. Outro caminhão ficou pendurado na estrutura e os três ocupantes foram resgatados com ferimentos.
A queda interrompeu o tráfego entre São Paulo e Curitiba por 14 horas. A nova estrutura, com 120 metros de extensão, foi concluída em 2006. O DNIT atribuiu a queda às chuvas que solaparam os pilares da cabeceira.
O caso mais letal envolvendo desabamentos dessas estruturas aconteceu em janeiro de 1982, quando o rompimento de uma ponte de pedestres causou a morte de 32 pessoas, no Parque Nacional de Sete Quedas, em Guaíra (PR). A ponte, do tipo passarela, dava acesso à cachoeira de Sete Quedas.
Os cabos de aço que sustentavam a estrutura se romperam, fazendo com que as pessoas caíssem de uma altura 25 metros no Rio Paraná. A ponte, que tinha mais de 65 anos, não passava por manutenção desde 1969. Ninguém foi responsabilizado pelo acidente.
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