Quem era o apóstolo Rina e por que ele foi afastado da Igreja Bola de Neve?

Surfista e pastor, Rinaldo foi responsável pela fundação de uma igreja que ganhou carona na expansão do movimento evangélico do País na virada do século 20. Ele morreu neste domingo, 17, em um acidente de moto

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Foto do author Caio Possati
Atualização:

O fundador e líder da Igreja Bola de Neve, o pastor Rinaldo Luiz de Seixas Pereira, conhecido com apóstolo Rina, morreu neste domingo, 17, aos 52 anos, ao sofrer um acidente de trânsito, no interior de São Paulo. A informação foi confirmada pela própria igreja, nas redes sociais.

Surfista e pastor, Rinaldo foi responsável pela fundação de uma igreja que ganhou carona na expansão do movimento evangélico do País na virada do século 20. Ele viu o seu grupo religioso crescer, sobretudo pela aceitação por parte dos mais jovens, que eram atraídos pela identidade descontraída da Bola de Neve associada à pratica de esportes - o primeiro púlpito foi uma prancha de surfe adaptada para apoiar a Bíblia durante os cultos.

pastor Rinaldo Luiz de Seixas Pereira, o apóstolo Rina, da igreja Bola de Neve. Foto: Reprodução @ap_rinaoficial Foto: Reprodução @ap_rinaoficial

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Rinaldo Luiz também foi escritor, e autor de livros sobre religião, autoconhecimento e obras que davam orientações sobre casamento e estratégias para se tornar um líder bem-sucedido.

Foi o criador do Instituto Global de Ensino Teológico, que forma líderes, missionários e pastores. Era casado com a também pastora Denise de Seixas Pereira, e pai de quatro filhos, três meninos e uma menina.

No site da Bola de Neve, o apóstolo afirmava ter sido filho de pais evangélicos. Nascido em 1972, era o irmão mais velho de Daniela e Priscila, que também viriam a ser pastoras da Bola de Neve. Estudou no Colégio Batista Brasileiro, onde sua mãe trabalhava, e dizia que sempre teve a Bíblia como referencial.

Sua relação com a religião começou depois de ser diagnosticado com hepatite, situação na qual ele definia como “a existência real do inferno”. Quando diz ter sobrevivido à doença, ele passou a dedicar a vida a “pregar a salvação”. Em 1993, começou a fazer as primeiras reuniões que depois viriam a se tornar a Bola de Neve.

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Antes de fundar o seu grupo religioso, fez parte a Igreja Renascer, em que era líder do Ministério de Evangelismo e onde realizava eventos para os jovens. Com a concordância do apóstolo Estevam Hernandes, ele deixou a Renascer para liderar a própria denominação.

A Igreja Bola de Neve foi fundada oficialmente em 1999, em São Paulo, no bairro do Brás, zona sul da cidade. O espaço para os primeiros encontros, emprestado por um empresário do ramo do surfe, não chegava a comportar 150 pessoas. O nome foi pensado na metáfora da bola de neve, que pode começar pequena, mas pode virar uma avalanche na medida que rola e cresce com o tempo.

A igreja cresceu e mudou de endereço nos últimos anos, passando por ruas de Perdizes e na Lapa, ambos bairros da zona oeste da capital.

Atualmente, segundo informa seu site oficial, a Bola de Neve tem 320 templos em todas as regiões do Brasil e em todos os continentes, inclusive na África, Ásia e Oceania. A igreja tem forte presença também nos Estados Unidos. Na América do Sul, a igreja está presente em todos os países.

Afastamento

O fundador estava afastado das funções de líder de Bola de Neve desde junho deste ano, quando foi alvo de denúncias de violência doméstica contra a esposa, Denise Seixas, pastora e cantora gospel. Foi a mulher do próprio pastor que o denunciou por violência psicológica, injúria e difamação.

Por conta disso, ela conseguiu na Justiça uma medida protetiva contra o marido, que o obrigava a ficar a uma distância mínima de 300 metros da mulher, de seus familiares e testemunhas do processo. Rina negava as acusações e dizia confiar na apuração “técnica e isenta” dos fatos.

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Na época, o afastamento da Bola de Neve foi anunciado como uma decisão tomada pelo pastor e pelo Conselho Deliberativo da Igreja. “O Conselho Deliberativo, junto ao Apóstolo Rina, decidiu pelo afastamento do seu fundador para que se dedique integralmente a esclarecer os apontamentos apresentados e restabelecer sua saúde e de sua família”, anunciou a entidade, na época.

Antes do afastamento divulgado pelo conselho da igreja, a apóstolo Rina já havia anunciado que deixaria temporariamente suas funções, alegando que cuidaria da mulher que, segundo ele, estava tendo crises de ansiedade.

No mês seguinte, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) deu um prazo para que o pastor entregasse voluntariamente todas as armas que tinha em seu nome. Na ocasião, a assessoria do apóstolo disse que ele negava “qualquer prática de violência”, e que confiava na isenção das investigações.

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