Quem é o fotógrafo brasileiro que desapareceu em Paris

Flávio de Castro Sousa, de 36 anos, foi visto pela última vez no dia 26. Morador de Belo Horizonte, ele cursou artes plásticas na Escola Guignard e estava na Europa para fotografar um casamento

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Foto do author José Maria Tomazela

O fotógrafo brasileiro Flávio de Castro Sousa, de 36 anos, que desapareceu em Paris há uma semana, é um apaixonado pela fotografia tradicional analógica, em preto e branco. O mineiro, morador de Belo Horizonte, cursou artes plásticas na Escola Guignard, um centro acadêmico de artes da capital mineira, vinculado à Universidade do Estado de Minas Gerais. Por ali passaram artistas importantes no circuito mineiro, nacional e internacional.

Sousa, que se identifica em redes sociais como Flávio Carrilho Castro, chegou à capital francesa no dia 1º de novembro para fazer fotos de um casamento e realizar outros trabalhos para o estúdio do francês Lucien Esteban, com quem mantém parceria profissional. Os dois são sócios na Toujours Fotografia, especializada em registrar eventos sociais. Esteban acompanha as buscas pelo amigo desaparecido.

O fotógrafo Flavio Carrilho, desaparecido na França, valoriza a foto tradicional, analógica, em preto e branco. Foto: flaviocarrilhodecastro/Instagram

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As fotografias que ilustram suas redes sociais são de modelos, casais, paisagens urbanas e obras de arte. Muitas são fotos artísticas em preto e branco. Em uma delas, ele exibe uma câmera alemã Rolleiflex, uma referência entre os fotógrafos de arte. Em sua descrição pessoal ele escreve: “A poesia é uma experiência profunda e misteriosa que tentamos em vão explicar.”

As postagens mais recentes, publicadas poucos dias antes de Flávio desaparecer, mostram cenários e monumentos parisienses, como a Catedral de Notre-Dame e a Pont Neuf. O fotógrafo aparece também em frente ao Museu do Louvre com uma câmera na mão.

O brasileiro estava com voo de volta para o Brasil marcado para o dia 26 de novembro e chegou a fazer o check in on-line. Na manhã daquele dia, segundo informações dos amigos, ele teria caído acidentalmente no Rio Sena. A queda na água, segundo eles, aconteceu quando o brasileiro estava na Ilha dos Cisnes, ponto turístico que fica no meio do Rio Sena, sob a Ponte de Grenelle.

Flávio foi socorrido e levado para o Hospital George Pompidou, o mais próximo do local da queda. O paciente recebeu alta seis horas depois, mas perdeu o voo.

Amigos procuram pelo brasileiro desaparecido em Paris. Foto: Lucien_esteban/Instagram

De acordo com o professor de filosofia Rafael Basso, também amigo de Flávio, após perder o voo, ele se avisou que iria à administradora do apartamento, na Rue des Reculettes, para prorrogar a estadia por mais um dia. A empresa confirmou ter recebido o fotógrafo, que ainda estava com as roupas molhadas. Depois disso, ele não fez mais contato.

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O celular de Flávio foi encontrado em um vaso de flores na frente de um restaurante. A mãe dele ligou para o número e um funcionário brasileiro do restaurante contou que o aparelho havia sido recolhido para ser entregue ao dono.

De acordo com Lucien, policiais franceses fizeram uma varredura em hospitais, centros psiquiátricos, necrotérios e centros de atendimento social e não encontraram o fotógrafo desaparecido.

O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) informou que, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Paris, acompanha o caso, está em contato com as autoridades locais e presta assistência consular aos familiares do brasileiro.

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A reportagem entrou em contato com o Comissariado Central da Polícia Nacional em Paris e aguarda retorno.

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