O fotógrafo brasileiro Flávio de Castro Sousa, de 36 anos, que desapareceu em Paris era um apaixonado pela fotografia tradicional analógica, em preto e branco. O mineiro morava em Belo Horizonte e tinha cursado artes plásticas na Escola Guignard, um centro acadêmico de artes da capital mineira, vinculado à Universidade do Estado de Minas Gerais. Por ali passaram artistas importantes no circuito mineiro, nacional e internacional. O corpo do fotógrafo foi localizado pela polícia francesa no Rio Sena no dia 4 de janeiro deste ano.
Sousa, que se identificava nas redes sociais como Flávio Carrilho Castro, chegou à capital francesa no dia 1º de novembro para fazer fotos de um casamento e realizar outros trabalhos para o estúdio do francês Lucien Esteban, com quem mantinha parceria profissional. Os dois eram sócios na Toujours Fotografia, especializada em registrar eventos sociais.
As fotografias que ilustram as redes sociais do profissional são de modelos, casais, paisagens urbanas e obras de arte. Muitas são fotos artísticas em preto e branco. Em uma delas, ele exibe uma câmera alemã Rolleiflex, uma referência entre os fotógrafos de arte. Em sua descrição pessoal ele escreveu: “A poesia é uma experiência profunda e misteriosa que tentamos em vão explicar.”
As postagens, publicadas poucos dias antes de Flávio desaparecer, mostravam cenários e monumentos parisienses, como a Catedral de Notre-Dame e a Pont Neuf. O fotógrafo aparecia também em frente ao Museu do Louvre com uma câmera na mão.
O brasileiro estava com voo de volta para o Brasil marcado para o dia 26 de novembro e chegou a fazer o check in on-line. Na manhã daquele dia, segundo informações dos amigos, ele teria caído acidentalmente no Rio Sena. A queda na água, segundo eles, aconteceu quando o brasileiro estava na Ilha dos Cisnes, ponto turístico que fica no meio do Rio Sena, sob a Ponte de Grenelle.
Flávio foi socorrido e levado para o Hospital George Pompidou, o mais próximo do local da queda. O paciente recebeu alta seis horas depois, mas perdeu o voo.
De acordo com o professor de filosofia Rafael Basso, também amigo de Flávio, após perder o voo, ele se avisou que iria à administradora do apartamento, na Rue des Reculettes, para prorrogar a estadia por mais um dia. A empresa confirmou ter recebido o fotógrafo, que ainda estava com as roupas molhadas. Depois disso, ele não fez mais contato.
O celular de Flávio foi encontrado em um vaso de flores na frente de um restaurante. A mãe dele ligou para o número e um funcionário brasileiro do restaurante contou que o aparelho havia sido recolhido para ser entregue ao dono. O caso é investigado pela polícia francesa.