Um desabamento de uma rampa deixou ao menos 25 feridos neste domingo, 9, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, onde era realizado o Festival Rap Mix. Segundo o Corpo de Bombeiros, a rampa dava acesso ao front stage (área mais próxima do palco). Entre as vítimas, há uma maioria de casos de escoriações, mas também fraturas expostas e suspeita de traumatismo craniano.
O acidente aconteceu por volta das 23h15, logo após o show do artista Matuê. O Corpo de Bombeiros, junto à Polícia Militar e os brigadistas do evento, atuaram prontamente para socorrer as vítimas, que foram encaminhados para hospitais da região via Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
“O Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás atendeu 11 vítimas, todas conscientes, que foram encaminhadas para hospital como Hugo, Heapa, Hospital Ortopédico, Hugol e Hospital de Acidentados”, diz a corporação.
Segundo a organização do Festival Rap Mix, as causas do acidente ainda estão sendo apuradas. “Ressaltamos que toda a estrutura montada para o festival continha alvará. Os organizadores estão investigando as razões do incidente da rampa, e estão identificando as vítimas para prestar apoio e atendimento necessários”, disse, em nota.
O festival teve todos os seus ingressos vendidos e seus shows transmitidos pelo canal Multishow, do Grupo Globo. Artistas importante do rap, como Racionais MC’s, Djonga, Felipe Ret, Xamã, entre outros, faziam parte do line-up.
“Muita gente nervosa, alguns chorando”
Augusto Araújo, 24 anos, jornalista, estava subindo a rampa quando ela cedeu. Segundo ele, a estrutura ligava o gramado do Serra Dourada – área do front stage – à arquibancada. Tinha aproximadamente três ou quatro metros de altura e foi colocada em cima de um fosso que separa as duas áreas do estádio.
“Eu estava no topo da rampa, quase saindo, quando, do nada, a estrutura desabou. Não ouvi nenhum estrondo, nem nada do tipo, antes do incidente. Caiu sem aviso”, conta. Além de bater a cabeça e machucar o rosto, Araújo também teve lesões nos braços e pernas.
“Vi muitas pessoas caídas, com machucados nos pés e tornozelos. Também tinha uma garota que estava com o rosto repleto de sangue e precisou sair de maca”, diz o jornalista. “Muita gente nervosa, alguns chorando, muita angústia mesmo. Eu mesmo estava bastante assustado, tanto que não esperei para ser atendido pelo Corpo de Bombeiros e fui direto até um hospital.”
De acordo com Araújo, os shows não pararam mesmo após o acidente. Segundo ele, era possível ouvir música vindo do estádio até as 3 horas da madrugada desta segunda-feira, 10.
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