Rebelião em presídio deixa 56 mortos em Manaus

Dez agentes carcerários foram feios reféns, mas depois liberados; briga entre facções provocou rebelião

PUBLICIDADE

Por Bruno Tadeu
Atualização:

MANAUS - Um sangrento confronto de facções no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, deixou 56 mortos entre a tarde de domingo, 1, e a manhã desta segunda-feira, 2, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Amazonas. A rebelião durou cerca de 17 horas. Houve esquartejamentos e decapitações, informa a Polícia Militar. Esse é um dos maiores massacres dentro de presídio desde o Carandiru, em 1992, em que houve 111 mortos. 

PUBLICIDADE

No início da tarde, o governo havia informado que o número de vítimas era de pelo menos 60, mas o dado foi atualizado no começo da noite após a contagem final.

Durante a rebelião, dez agentes carcerários foram feitos reféns, mas posteriormente liberados. Os detentos do regime fechado haviam tomado a área dos presos no semiaberto, após abrirem uma passagem. Outros presos também foram feitos de reféns. Alguns dos liberados saíram feridos do complexo. A situação foi controlada por volta das 9 horas.

Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus Foto: Reprodução/Twitter

Segundo o secretário de Segurança, Sérgio Fontes, a carnificina se deu por conta de um confronto interno entre as facções Família do Norte e Primeiro Comando da Capital (PCC). Paralelamente à rebelião, 87 detentos fugiram de outra penitenciária na capital amazonense, o Instituto Penal Antonio Trindade (Ipat), também na tarde desse domingo. Oito destes já foram recuperados.

Publicidade

Epitácio Almeida, presidente da Comissão de defesa dos Direitos Humanos da OAB-AM, coordenou as negociações com os presos e trabalhou na libertação dos reféns, que foram soltos na manhã desta segunda. De acordo com ele, este é um dos piores massacres em presídio que já houve no País.

As informações ainda desencontradas a respeito da rebelião e das fugas geraram apreensão na cidade ainda na noite de domingo. Nas redes sociais, circulam vídeos e fotos de cadávares e corpos sendo decapitados. /COM AGÊNCIAS

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.