Entre os projetos internacionais que inspiraram o Gente está a rede americana de escolas públicas Summit, da Califórnia. As quatro unidades têm em média 400 alunos do ensino médio escolhidos por sorteio. A rede funciona no modelo charter: é administrada por uma entidade com autonomia para propor um projeto pedagógico novo, desde que cumpra metas combinadas com o governo. A Summit prepara os estudantes para entrar e conseguir acompanhar a faculdade. A inspiração sobre como atingir o objetivo veio de pesquisas da Universidade Stanford. "Por isso temos escolas pequenas. Os alunos recebem atenção individual de um mentor, que os ajuda a estabelecer um plano de estudos e a atingir seus objetivos pessoais e profissionais", disse ao Estado a fundadora e CEO da Summit, Diane Tavenner. Segundo Diane, que participará na quinta-feira de um evento em São Paulo (mais informações nesta pág.), a ideologia da Summit permanece a mesma desde a criação da rede, há 10 anos, mas a tecnologia permitiu um melhor desenvolvimento do trabalho. Lá também não há salas de aula ou divisão por idade e série. Diariamente os alunos aprendem e fazem exercícios utilizando plataformas como as videoaulas da Khan Academy ou atividades desenhadas pelos professores. "Cada aluno tem uma lista de tarefas, adaptada às suas necessidades, para aprender só o que precisa. Com a tecnologia, sabemos o estágio do aprendizado de todos e podemos atacar pontos específicos." Os estudantes ainda realizam projetos em grupos, o que ocupa a maior parte da jornada diária de 7h30min. Dois meses por ano, fora das escolas, eles frequentam aulas de teatro, dança, música e fotografia e os mais velhos fazem estágio em empresas parceiras. "O aluno precisa assumir a responsabilidade pelo seu aprendizado", diz Diane. "Os professores também precisam se adaptar, o que talvez seja o maior desafio. Quando isso acontece, o resultado é poderoso."
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