problema, segundo especialistas, é que muitas espécies não são nativas e, se introduzidas numa lagoa onde ainda não existem, poderão gerar um novo problema ambiental
Um grande esforço de voluntários para resgatar peixes do Rio Doce em Colatina, apelidado de operação Arca de Noé, virou motivo de polêmica entre pescadores, pesquisadores e autoridades ambientais. Uma grande quantidade de peixes e crustáceos foi retirada às pressas do rio e transferida para lagos da região. O problema, segundo especialistas, é que muitos desses peixes são de espécies exóticas (não nativas) que, se introduzidos numa lagoa onde ainda não existem, poderão gerar um novo problema ambiental.
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O Rio Doce tem mais de 70 espécies nativas, mas as mais abundantes e que dominam o ecossistema são um punhado de exóticas, incluindo dourado, tucunaré, piranhas e carpas. Do ponto de vista da conservação da biodiversidade, o ideal seria manter essas espécies separadas das demais. Mas, na emergência gerada pela chegada da lama da barragem, não houve esse controle.
“O único peixe que tem valor comercial aqui é o exótico. Quem mata a fome do pescador é o exótico”, rebate o pesquisador Abrahão Elesbon, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes), que ajudou a organizar a Arca de Noé. A estratégia oficial definida pelo Ibama na sequência foi a de resgatar apenas as espécies nativas, com atenção às ameaçadas de extinção e às endêmicas (aquelas que só existem na bacia do Rio Doce), incluindo alguns tipos de cascudos, bagres e piabinhas.
Lama muda a cor do mar na foz do Rio Doce
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Lama
A lama de rejeitos de minério que vazou da barragem da Samarco já chegou ao mar, após passar pelo trecho do Rio Doce no distrito de Regência, em Linha... Foto: Gabriela Biló/EstadãoMais
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A onda de lama percorreu mais de 650 quilômetros em 16 dias Foto: Gabriela Biló/Estadão
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Nos últimos três dias a onda de lama passou por Colatina e Linhares, causando mortandade de peixes e comprometendo o abastecimento de água Foto: Gabriela Biló/Estadão
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A previsão do Ministério do Meio Ambiente, com base em projeções feitas por pesquisadores da Coppe-UFRJ, é que os sedimentos se dispersarão por uma ár... Foto: Gabriela Biló/EstadãoMais
Lama
É uma região de reprodução de tartarugas marinhas, inclusive de uma espécie criticamente ameaçada de extinção, a tartaruga-de-couro. Vários ninhos for... Foto: Gabriela Biló/EstadãoMais
Lama muda a cor do mar na foz do Rio Doce
Antes da lama mais pesada, alinha de frente da mancha, composta de um material mais leve e fino, tocou as ondas do litoral de Regência, um distrito do... Foto: Fred Loureiro/Secom-ES/DivulgaçãoMais
Lama muda a cor do mar na foz do Rio Doce
O rio Doce deságua no mar em Linhares, cidade que fica no norte do Espírito Santo. Foi montada uma barreira para tentar conter os rejeitos de minério,... Foto: Fred Loureiro/Secom-ES/DivulgaçãoMais
Lama muda a cor do mar na foz do Rio Doce
Os governos de Minas e do Espírito Santo se articulam para entrar com ação conjunta na Justiça contra a mineradora Samarco, controlada pela Vale e pel... Foto: Fred Loureiro/Secom-ES/DivulgaçãoMais
Lama muda a cor do mar na foz do Rio Doce
O desastre ambiental em Mariana, considerado o maior já ocorrido no Brasil, deixou, até agora, oito mortos. Quatro corpos ainda não foram identificado... Foto: Fred Loureiro/Secom-ES/DivulgaçãoMais
Lama muda a cor do mar na foz do Rio Doce
A lama que vazou com a queda das barragens, depois de destruir Bento Rodrigues (MG), atingiu o Rio Doce via afluentes, chegando ao Espírito Santo. Foto: Fred Loureiro/Secom-ES/Divulgação
Lama muda a cor do mar na foz do Rio Doce
A onda de lama tem levado destruição à biodiversidade do Rio Doce, desde o município homônimo em Minas, onde nasce. Foto: Fred Loureiro/Secom-ES/Divulgação
Lama muda a cor do mar na foz do Rio Doce
Boias infláveis estão sendo usadas pela mineradora Samarco para tentar conter os danos na foz do Rio Doce, em Linhares, no litoral do Espírito Santo Foto: Fred Loureiro/Secom-ES/Divulgação
Lama muda a cor do mar na foz do Rio Doce
A dispersão da lama pode ser de 3 km em direção ao norte e de 6 km em direção ao sul quando elas atingirem o mar pela foz do Rio Doce, informou a mini... Foto: Fred Loureiro/Secom-ES/DivulgaçãoMais
Lama muda a cor do mar na foz do Rio Doce
O desastre foi a maior catástrofe ambiental do País Foto: Fred Loureiro/Secom-ES/Divulgação
Linhares. Em Linhares, próximo da foz do rio, o Ibama organizou a coleta das espécies nativas da região. “O objetivo não é quantidade, é qualidade”, afirma Marcelo Polese, do Ifes, que coordenou o trabalho dos pesquisadores. A ideia é manter amostras geneticamente representativas dessas espécies, que possam ser usadas para repovoar o rio, se necessário.