RIO - No segundo dia de desfiles do Grupo Especial do Rio, a Mangueira tentará o bicampeonato com o enredo Só com a ajuda do santo, que se originou na comovente homenagem feita em 2016 a Maria Bethânia e a sua religiosidade. Aos 89 anos, a Verde e Rosa já foi bicampeã quatro vezes, sendo a última em 1986/1987 – exatamente há três décadas.
A Portela, que tem o carnavalesco Paulo Barros, um dos inovadores do carnaval carioca no século 21, falará de rios e dos aspectos culturais e sociais que emergem deles. Já a Unidos da Tijuca fará uma viagem musical dos Estados Unidos para o Brasil, tendo como ponto de partida o encontro entre Louis Armstrong e Pixinguinha, em 1957.
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As três escolas são os destaques desta noite – as outras três agremiações, a União da Ilha, a São Clemente e a Mocidade, têm menos torcida e um número menor de troféus. Em mais um ano de crise econômica, todas passam pelo mesmo problema: a dificuldade de levantar recursos para os desfiles.
Sem patrocínio de empresas, nem do governo do Estado, tampouco da Petrobrás, as escolas receberam bem as novas regras da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), que levaram à redução de alegorias e componentes. O objetivo é dinamizar os desfiles. Só do Estado do Rio, atualmente em crise financeira e com salários atrasados, e da petroleira, que antes de registrar prejuízos apoiava regularmente o carnaval, cada agremiação deixou de receber R$ 1,5 milhão.
Blocos animam Rio de Janeiro neste carnaval
1 / 17Blocos animam Rio de Janeiro neste carnaval
Carnaval de rua no Rio: veja as fotos deste domingo, 26.
Grupo de amigos foi fantasiado dos personagens smurfs. Foto: MARCOS ARCOVERDE/ESTADÃO
Carnaval no Rio
O Bloco do Boitatá lotou a Praça XV no centro do Rio de Janeiro. Foto: Marcos Arcoverde/Estadão
Carnaval de rua no Rio: veja as fotos deste domingo, 26.
O Boitatá não faz cortejo, mas anima os foliões tocando marchinhas clássicas de carnaval e sambas consagrados. Foto: MARCOS ARCOVERDE/ESTADÃO
Carnaval de rua no Rio: veja as fotos deste domingo, 26.
As crianças também participam dos blocos de rua do Rio Foto: MARCOS ARCOVERDE/ESTADÃO
Carnaval de rua no Rio: veja as fotos deste domingo, 26.
O Cordão do Boitatá, na praça XV, no centro do Rio, arrastou milhares de pessoas para a rua. Veja a seguir fotos das fantasias. Foto: MARCOS ARCOVERDE/ESTADÃO
Cordão da Bola Preta
Bloco de rua mais tradicional do Rio, o Cordão da Bola Pretacomeçou a desfilar por volta das 10 horas da manhã. Foto: Wilton Junior/Estadão
No chão
Atriz desfilou pelo nono anocomo porta-estandarte do Cordão da Bola Preta, chegando a sambar próximo dos foliões. Foto: Wilton Junior/ Estadão
Neguinho da Beija-Flor
Sambista também marcou presença na festa. Foto: Wilton Junior/ Estadão
Maria Rita
Maria Rita cantou em cima dotrio elétrico. Foto: Wilton Junior/Estadão
Concentração
Por volta das 9 horas, o movimento de foliões já era grande na concentração do bloco, na Rua Primeiro de Março. Foto: Wilton Junior/Estadão
Término
O desfile do Bola Preta terminou por volta de 14 horas. Foto: Wilton Junior/Estadão
Fantasias
Até o Profeta Gentileza inspirou a fantasia de foliões. Foto: Antonio Lacerda/EFE
Ideias
Muitos foliões optam por combinar fantasias em grupo. Foto: Wilton Junior/Estadão
Referências
Até sucessos do cinema nos anos 90 inspiraram os foliões. Foto: Antonio Lacerda/EFE
Variedade
Segundo a Riotur, 78 blocos desfilam pelas ruas do Rio no sábado de carnaval. Foto: Antonio Lacerda/EFE
Estilos
Com um público diferente, adepto ao funk e músicas pop, o Bloco da Favorita lotou a Avenida Atlântica, em Copacabana. Foto: Marco Antonio Teixeira/RioTur
Multidão
Um milhão e trezentas mil pessoas pularam o carnaval de rua do Rio no Centro e em Copacabana. Foto: Fernando Maia/Riotur/EFE
O carnavalesco da Mangueira, Leandro Vieira, acredita que seu enredo tem “a cara da escola”, e, por isso, deve conquistar a Sapucaí. “Quando a Mangueira se coloca no papel de porta-voz da cultura popular, fica em sua zona de conforto, e aí nenhuma escola consegue alcançar o mesmo patamar”, diz. Aos 32 anos, Vieira é o mais jovem carnavalesco da avenida e tenta se afastar da pressão por uma nova vitória. “Tento não me colocar nesse papel de campeão.”
Veja os destaques do segundo dia de desfile das escolas de samba de SP
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Veja os destaques do segundo dia de desfile das escolas de samba de SP
A seca nordestina transformou o símbolo da escola em esqueleto Foto: Werther Santana / Estadão
Veja os destaques do segundo dia de desfile das escolas de samba de SP
Última escola a desfilar em São Paulo, a Rosas de Ouro trouxe o enredo sobre a importância dos banquetes para o convívio social. Foto: Werther Santana/Estadão
Veja os destaques do segundo dia de desfile das escolas de samba de SP
Promovida ao Grupo Especial após vencer o Acesso no ano passado, a Mancha Verde homenageou os 'Zés' do Brasil. Foto: Fernando Bezerra/ EFE
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Rainha de bateria da Mancha Verde, Viviane Araújo se emocionou durante o desfile. Foto: Gabriela Biló / Estadão
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Primeira escola a desfilar pelaavenida trouxe belezaao Sambódromo, no segundo dia do carnaval de São Paulo. Foto: Gabriela Biló / Estadão
Veja os destaques do segundo dia de desfile das escolas de samba de SP
A Unidos do Peruche decidiu homenagear Salvador com o enredo "A Peruche no maior axé, exalta Salvador, cidade da Bahia, caldeirão das raças, cultura, ... Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃOMais
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Stephanye Cristine mostrou toda sua elegância e beleza como rainha do Unidos do Peruche Foto: Werther Santana / Estadão
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A escola levou ao Sambódromo homenagens a baianos famosos. A comissão de frente encarnou Dorival Caymmi, Gil, Caetano e Raul Seixas. Foto: Werther Santana/Estadão
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Buscando o bicampeonato, a Império de Casa Verde levoua 'Paz' para a avenida.Os primeiros minutos da escola na passarela do samba foram de admiração e... Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃOMais
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Com um anjo no topo, o primeiro carro alegórico apresentou uma estrutura de átomos, com bailarinos fantasiados em vários tons de azul na comissão de f... Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃOMais
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Na letra, o enredo pediu a preservação da natureza Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO
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A escola mais nova do Grupo Especial levou para avenida o enredo Dragões canta 'Asa Branca', homenageando o povo nordestino através da música. Foto: Werther Santana / Estadão
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Simone Sampaio é arainha de bateria da Escola de Samba Dragõesda Real Foto: Werther Santana / Estadão
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Vai-Vai homenageou a Mãe Menininha do Gantois, considerada uma das grandes divulgadoras do Candomblé no Brasil e no mundo. Foto: Gabriela Biló/ Estadão
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Camila Silva brilhou à frente da bateria da Vai-Vai Foto: Gabriela Biló / Estadão
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Desfile da Vai-Vai foi marcado por confusões. Após o fechamento do portão, três integrantes de apoioficaram na pista, quando o cronômetro já havia zer... Foto: Werther Santana/ EstadãoMais
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A escola contou a história dos banquetes, lembrando desde os deuses do Egito até as reuniões e comemorações modernas. Foto: Werther Santana/Estadão
Veja os destaques do segundo dia de desfile das escolas de samba de SP
Ellen Roche foi a rainha de bateria da Rosas de Ouro. Todos os 275 ritmistas da bateria usaram fantasias de chef. Foto: Werther Santana/Estadão
Morte. A Portela vem de um período conturbado. Há cinco meses, seu presidente, Marcos Falcon, então candidato a vereador, foi assassinado dentro de seu comitê de campanha. Foi substituído pelo vice, Luis Carlos Magalhães. “Vamos dar a volta por cima mergulhando nas águas doces e na força dos rios, como o Nilo e o São Francisco”, afirma o presidente.
Enquanto isso, a Tijuca revisita um assunto já tratado ontem pela Vila Isabel, a música negra do continente americano. A diferença é que o percurso da Vila era maior, pelas Américas Central e Latina. A Tijuca faz uma ponte aérea direta EUA-Brasil, com menções a ritmos de base negra, como o rock, o jazz, o blues, o pop e o gospel.
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Da lâmpada dos desejos da Mocidade, que ambientou seu carnaval nas areias dos desertos do Marrocos, o carnavalesco Alexandre Louzada quer tirar um lugar no desfile das campeãs. Por fim, São Clemente e a União da Ilha trarão dois enredos de difícil pronúncia, mas – prometem – de fácil identificação. São Onisuáquimalipanse, uma versão carnavalizada dos desmandos do rei francês Luiz XIV, e Nzara Ndembu, uma visão africana sobre a relação entre o tempo e o universo.
Tecnologia. Carnavalesco-sensação no ano passado, quando comemorou dez anos de carreira com um campeonato pela Mangueira, Leandro Vieira tem uma visão particular dos desfiles das escolas de samba. “Para mim, desfile está completamente afastado da lógica do espetáculo, do entretenimento. O que quero fazer é o carnaval da cultura popular, como o bumba meu boi, a folia de reis, a cavalhada. Tecnologia é algo que não determina meu carnaval. E fico feliz que a Mangueira tenha sido campeã sem essa parafernália”, diz ele.
O artista plástico é fã dos veteranos Rosa Magalhães (sete vezes campeã) e Renato Lage (seis vezes), com 40 anos de experiência e a mesma linha de trabalho.