RIO - Além dos três homens presos temporariamente acusados de participação no assassinato do congolês Moïse Kabagambe, a Polícia Civil do Rio investiga se outras pessoas que estavam no quiosque Tropicália tiveram participação no crime e se houve ou não omissão de socorro.
Imagens das câmeras de segurança do quiosque mostram que outras pessoas estavam no local. Algumas delas já foram ouvidas pelos investigadores, e outras ainda estão sendo identificadas.
A TV Globo teve acesso a três horas de gravações de imagens do local. Elas mostram que, além dos presos, pelo menos outras três pessoas observaram as agressões. Um deles é um homem que trabalhava no quiosque; outro, um jovem de camisa amarela que estava sentado em um banco próximo e puxa as pernas de Moïse no início das agressões. Ainda não está claro se sua intenção foi tentar tirar o congolês das agressões ou não.
Também chamou a atenção dos investigadores um terceiro homem. Inicialmente, ele aparece observando as agressões, com as mãos cruzadas nas costas. Ele também recebe, de um dos suspeitos que seriam presos depois, o bastão usado nas agressões. O homem some e reaparece cerca de 20 minutos mais tarde. Chega a fazer massagem cardíaca no refugiado, caído e imóvel.
Moïse foi agredido durante seis minutos. Nesse período, ele levou 40 pauladas. Pelas imagens, é possível observar que dois policiais militares chegaram ao quiosque à meia-noite, quando o congolês já estava sem vida. A Polícia Civil, por sua vez, chegou ao local a 1h15min da madrugada.
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