RIO - Apontada por vizinhos, clientes e até por um secretário municipal como principal suspeita de ter sido a origem da explosão que feriu sete pessoas (todas já em recuperação, em casa) na madrugada de domingo, em São Cristóvão (zona norte do Rio), a pizzaria Dell'Arco divulgou nesta terça-feira, 20, nota em que nega qualquer irregularidade no armazenamento de gás.
Embora a causa do acidente ainda seja desconhecida, a principal hipótese é que a explosão tenha sido provocada por um vazamento de gás, de origem ainda desconhecida. Dez cilindros de gás foram encontrados nos escombros. Na área atingida ficavam a pizzaria e um restaurante - este com documentação em ordem, segundo os bombeiros.
A pizzaria informou na nota que "não mantinha qualquer depósito de gás em seu estabelecimento (...), possuindo 2 cilindros nos fundos do terreno, em área ventilada e própria para seu armazenamento". A empresa divulgou ainda que mantinha sob contrato uma empresa na cidade de Duque de Caxias (Baixada Fluminense), responsável pela manutenção e reabastecimento dos cilindros, uma vez por semana. A última visita teria ocorrido às 8 horas da última quinta-feira.
O Corpo de Bombeiros informou não ter nenhum documento relativo a vistorias na pizzaria, mas, segundo a prefeitura, em dezembro de 2001, o quartel dos bombeiros em Vila Isabel (zona norte) emitiu documento que permitiu a concessão de alvará de funcionamento ao restaurante. Desde então não teria havido mais nenhuma fiscalização.
Até a tarde desta terça a prefeitura havia recolhido 747 toneladas de destroços no local. O comerciante José Augusto Cabral, de 75 anos, dona da loja de material esportivo Cabral, uma das destruídas na explosão, conseguiu recuperar uma maleta preta com escrituras de imóveis, inventário e certidões de nascimento de filhos e netos. O objeto foi encontrado atrás da mesa de trabalho de Cabral, depois que escavadeiras removeram escombros.
"Seu Zé chora muito em algumas ocasiões, em outras está mais calmo. Ele estava numa angústia muito grande para localizar esses documentos. Ele nunca trabalhou em outro lugar. A loja era do pai dele, (ele) passou a vida ali dentro", contou a nora do comerciante, Andreia Cury.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.