Rio declara caipirinha patrimônio imaterial

Bebida foi criada em 1918, em São Paulo, como um remédio contra a gripe espanhola

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Foto do author Roberta Jansen
Caipirinha preparada pelo bartender Jean Ponce. Foto: Felipe Rau/Estadão Foto:

RIO DE JANEIRO - Um drinque criado no interior de São Paulo acaba de ser declarado patrimônio imaterial do Rio. O reconhecimento da tradicional caipirinha foi publicado na edição desta quinta-feira, 24, do Diário Oficial do Rio.

A proposta de tornar a caipirinha patrimônio imaterial partiu do deputado federal Paulo Ramos (PDT/RJ) por meio do Projeto de Lei 4334 de 2018 – ano em que se comemorou um século da criação do coquetel. No texto sancionado pelo governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), a caipirinha é chamada de “bebida símbolo do Brasil”.

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“Sou muito ligado à cachaça e, numa conversa de botequim, me veio a ideia de prestigiar a caipirinha”, contou Paulo Ramos que, na época da proposta, quando era deputado estadual. “A caipirinha pode ter sido criada em São Paulo, mas, definitivamente, foi no Rio que ela alcançou maior visibilidade.”

Bebida foi criada como remédio contra gripe espanhola

Há várias versões para o surgimento da bebida, mas a mais aceita pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac) sustenta que a bebida foi criada em 1918, em São Paulo, como um remédio contra a gripe espanhola.

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“A receita, no entanto, era um pouco diferente da atual: cachaça, limão, alho e mel”, afirma o diretor-executivo do Ibrac, Carlos Lima. “No passado, muitos medicamentos tinham uma base alcoólica.”

Não demorou muito para que as pessoas percebessem o potencial social da bebida. Tanto é assim que pouco tempo depois, em 1922, na Semana de Arte Moderna, a caipirinha foi a bebida oficial do evento, o que ajudou a popularizá-la.

“A Semana de Arte Moderna foi marcada por um resgate da brasilidade”, explica Carlos Lima. “Por isso, a caipirinha foi escolhida como o drinque da semana.”

Segundo os puristas, para ter esse nome, a caipirinha deve ser composta somente de cachaça, açúcar e limão.

“Não chega a ser um absurdo que se usem outras frutas, numa releitura da bebida”, afirma Lima. “Mas não posso aceitar nenhum outro destilado que não seja a cachaça.”

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O Ibrac estima que sejam produzidos anualmente 700 milhões de litros de cachaça – a segunda bebida alcóolica mais consumida no País, atrás apenas da cerveja.

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