RIO DE JANEIRO - Um drinque criado no interior de São Paulo acaba de ser declarado patrimônio imaterial do Rio. O reconhecimento da tradicional caipirinha foi publicado na edição desta quinta-feira, 24, do Diário Oficial do Rio.
A proposta de tornar a caipirinha patrimônio imaterial partiu do deputado federal Paulo Ramos (PDT/RJ) por meio do Projeto de Lei 4334 de 2018 – ano em que se comemorou um século da criação do coquetel. No texto sancionado pelo governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), a caipirinha é chamada de “bebida símbolo do Brasil”.
Aprenda a identificar uma boa cachaça
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Dia Nacional da Cachaça
13 de setembro é o Dia Nacional da Cachaça. Para aprender a identificar no copo - a partir de visual, aromas e sabores -os bons rótulos da bebida mais... Foto: Tiago Queiroz/EstadãoMais
Olhe - Limpidez
Uma cachaça bem destilada é límpida, não pode ser turva. Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Olhe - Rosário
É como são chamadas as bolhas que se formam quando a cachaça entra em contato com o copo. Bolhas pequenas e em grande quantidade sinaliza boa destilaç... Foto: Maurício Motta/EstadãoMais
Olhe - Lágrimas
Ao girar o copo, observe como as “lágrimas” da cachaça deslizam pelas laterais do copo. “Lágrimas” que escorrem lentamente indicam boa cachaça. Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Cheire - Aromas agradáveis, não agressivos
Antes de tomar um gole, aproxime o copo do nariz e concentre-se nos aromas. O perfume de uma boa cachaça é agradável. Se não for, a bebida tem defeito... Foto: Maurício Motta/EstadãoMais
Cheire - Cheiro de ressaca
Alguns aromas são verdadeiros mensageiros de uma ressaca daquelas. Os problemas de contaminação em cachaças de alambique costumam ser os responsáveis ... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Beba - Não sinta na garganta
Uma bebida bem destilada, mesmo com altas graduações alcoólicas, não é violenta e não desce arranhando a garganta. Foto: Werther Santana/Estadão
Beba - Procure as sensações
Fique atento às sensações de refrescância, picância e adstringência (aspereza próxima à sentida ao comer banana verde, seu oposto é a sensação de avel... Foto: Tiago Queiroz/EstadãoMais
Beba - Sinta os sabores
Gosto alcoólico e de madeira são comuns em todas as cachaças e podem aparecer em maior ou menor grau sem denotarem problemas. Já o gosto metálico e de... Foto: Maurício Motta/EstadãoMais
Beba - Aumente a percepção
Para ter uma percepção ainda maior de aromas, corpo e álcool na boca, faça o seguinte: tome um gole, feche os lábios e expire pelo nariz. Os aromas e ... Foto: Maurício Motta/EstadãoMais
Ranking da Cachaça 2016
Em janeiro deste ano, a segunda edição do Ranking Cúpula da Cachaça elegeu, em ordem de importância, os melhores rótulos nacionais.Confira as indicada... Foto: Tiago Queiroz/EstadãoMais
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“Sou muito ligado à cachaça e, numa conversa de botequim, me veio a ideia de prestigiar a caipirinha”, contou Paulo Ramos que, na época da proposta, quando era deputado estadual. “A caipirinha pode ter sido criada em São Paulo, mas, definitivamente, foi no Rio que ela alcançou maior visibilidade.”
Bebida foi criada como remédio contra gripe espanhola
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Há várias versões para o surgimento da bebida, mas a mais aceita pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac) sustenta que a bebida foi criada em 1918, em São Paulo, como um remédio contra a gripe espanhola.
“A receita, no entanto, era um pouco diferente da atual: cachaça, limão, alho e mel”, afirma o diretor-executivo do Ibrac, Carlos Lima. “No passado, muitos medicamentos tinham uma base alcoólica.”
Não demorou muito para que as pessoas percebessem o potencial social da bebida. Tanto é assim que pouco tempo depois, em 1922, na Semana de Arte Moderna, a caipirinha foi a bebida oficial do evento, o que ajudou a popularizá-la.
“A Semana de Arte Moderna foi marcada por um resgate da brasilidade”, explica Carlos Lima. “Por isso, a caipirinha foi escolhida como o drinque da semana.”
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Segundo os puristas, para ter esse nome, a caipirinha deve ser composta somente de cachaça, açúcar e limão.
“Não chega a ser um absurdo que se usem outras frutas, numa releitura da bebida”, afirma Lima. “Mas não posso aceitar nenhum outro destilado que não seja a cachaça.”
O Ibrac estima que sejam produzidos anualmente 700 milhões de litros de cachaça – a segunda bebida alcóolica mais consumida no País, atrás apenas da cerveja.