RIO - No Rio, uma das bonificações a policiais mais polêmicas foi instituída em 1995 pelo então governador Marcello Alencar (PSDB). Oficialmente chamado encargo especial por mérito, tornou-se conhecido como "gratificação faroeste".
O decreto previa que policiais civis e militares cujo desempenho fosse bem avaliado receberiam prêmios no valor de 50% a 150% do próprio salário. O valor era incorporado ao salário. Quando a gratificação foi lançada, nos confrontos entre policiais e suspeitos, era registrada a média de dois mortos para cada ferido. Dois anos depois, a proporção havia passado a quatro mortos por cada ferido - daí o apelido de "gratificação faroeste".
Em 1998, uma lei estadual interrompeu a concessão da gratificação, mas quem já recebia o prêmio manteve o benefício até 2000, quando ele foi extinto pelo então governador Anthony Garotinho, hoje no PR. Garotinho criou outros dois tipos de gratificação: para policiais civis lotados em delegacias legais e a policiais civis e militares que conseguissem reduzir índices de criminalidade. Esta foi extinta pela sucessora de Garotinho, Benedita da Silva (PT), que era vice dele e governou o Rio de abril a dezembro de 2002. Ela alegou falta de dinheiro.
A bonificação aos funcionários de delegacias legais foi mantida por Rosinha Garotinho, governadora do Rio de 2003 a 2006 e atualmente no PR, e por Sérgio Cabral (PMDB), que governa o Rio desde 2007.
Cabral criou outros prêmios a policiais, como bonificação por desempenho, pago a cada semestre; gratificações para PMs que atuam em Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs); para policiais que se qualificarem; e para membros do Batalhão de Choque, do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais). A Secretaria Estadual de Segurança não soube informar, nesta segunda-feira, 20, quais bonificações continuam vigorando.
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