A primavera já começou há mais de um mês, mas alguns municípios de Santa Catarina podem ter neve ou chuva congelada em pleno mês de novembro. A previsão está em relatório divulgado pela Epagri/Ciram, que há 21 anos monitora as condições meteorológicas no Estado. Não há registro histórico de neve nessa época do ano, segundo o órgão.
As temperaturas despencam já a partir do fim de outubro, devido a uma massa de ar frio de origem polar extremamente intensa. Há alerta para temporais e queda de granizo. “Essa previsão está associada à chegada da própria massa de ar frio e a um ciclone extratropical que vai trazer volumes elevados de chuva impactando principalmente o oeste do Estado”, afirma a Epagri/Ciram.
A tendência é que neve na serra catarinense entre os dias 2 e 3 de novembro, quando as temperaturas na região podem chegar próximas de 0ºC ou abaixo de zero, com geada ao amanhecer. O órgão afirma, no entanto, que só será possível fazer uma previsão mais precisa no início do mês. “Por enquanto, a recomendação é acompanhar as previsões.”
Historicamente, o ano que mais nevou em Santa Catarina foi 2013, quando pelo menos 96 municípios tiveram algum registro. Na estação meteorológica de São Joaquim, onde há mais de 40 anos são coletados dados sobre o frio, a menor temperatura foi justamente em um mês de novembro: -1,5ºC em 5/11/1992.
A possibilidade de neve, por causa da combinação do frio intenso com a umidade, anima o setor de turismo das cidades serranas. Em Urubici, um dos locais procurados pelos turistas, alguns hotéis já tiveram que aumentar o numero de funcionários para a primeira semana de novembro. “Estamos chamando mais gente para ajudar. Se o turista vier, precisamos estar preparados”, afirma Iara Oliveira, responsável pelas reservas em um hotel.
Vejas as atrações em cidades que podem ter neve
São Joaquim: No centro da cidade, um sistema de gotejamento instalado pela prefeitura permite que as árvores congelem, proporcionando um espetáculo à parte. Na região rural, o turista pode garantir uma vista idos campos congelados pela geada e percorrer o Vale dos Caminhos da Neve, curtir as vinícolas que produzem os “vinhos de altitude” e praticar o “enoturismo” (o turismo do vinho). A cidade fica a 230 km da capital Florianópolis.
Urubici: Na cidade a 170 km de Florianópolis, é possível chegar ao Morro da Igreja da Pedra Furada, um dos atrativos locais. Já na parte mais alta, fica a Serra do Corvo Branco. Andar de carro pelas curvas da região é uma verdadeira aventura, se tiver neve. Ao longo do caminho, as formações rochosas são um espetáculo à parte.
Urupema: O município tem a maior altitude no Estado: são 1.425 metros acima do nível do mar. No local vivem pouco mais de 2 mil habitantes. Mas essa população pode triplicar em dias de frio intenso. Um dos pontos mais visitados e o Morro das Antenas, onde as temperaturas negativas atraem muita gente disposta a passar frio. Urupema está a 227 km da capital.
Bom Jardim da Serra: Não dá para sair da cidade sem conhecer o famoso Mirante da Serra do Rio do Rastro. São pelo menos 284 curvas no trecho e o local sempre costuma registrar geada. Bom Jardim fica a 242 km da capital catarinense.
Lages: O turismo rural vem ganhando força, principalmente nos dias de frio intenso. A culinária inclui os pratos com pinhão (fruto das imensas araucárias), típico da região. Em Lages, a 226 km de Florianópolis, a ocorrência de neve não é tão frequente.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.