Trabalhadores rurais sem-terra ocuparam hoje o Cartório da cidade de Murici, a 59 quilômetros de Maceió. A mobilização, segundo lideranças da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), teve como objetivo denunciar a grilagem de terras e a violência no campo. Líderes três movimentos disseram que a ocupação foi pacífica. O protesto durou até o início da tarde e serviu para marcar o Dia do Trabalhador Rural em Alagoas. Os movimentos também cobraram agilidade da Justiça no afastamento definitivo da tabeliã do Cartório, Maria de Lourdes Ferreira Moura. Ela continua no cargo, apesar das denúncias comprovadas e da entrega do relatório ao Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) pelo desembargador Sebastião Costa Filho, em 4 de janeiro de 2008, recomendando a sua exoneração. Segundo o coordenador da CPT em Alagoas, Carlos Lima, o corregedor-geral de Justiça, desembargador Sebastião Costa Filho, já pediu o afastamento definitivo da tabeliã Maria de Lourdes, que é acusada de facilitar a grilagem de terras na região, mas até agora a questão não foi decidida pelo pleno administrativo do Tribunal de Justiça. De acordo com Carlos Lima, a escolha do cartório de Murici se deu porque a posse ilegal das terras acontece em conivência com os cartórios. "O cartório do 1º Ofício de Murici é um grande exemplo desse tipo de fraude", disse o coordenador da CPT, acrescentando que a tabeliã do cartório de Murici foi denunciada por oficializar escrituras fraudadas que beneficiaram os irmãos Renan e Olavo Calheiros, denunciados ao Ministério Público por desmatamento ilegal e invasões de terras na área da Estação Ecológica do município.
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