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Senado aprova decreto que retira da meta fiscal recursos para socorro ao RS

Governo ficará autorizado a liberar créditos extraordinários para auxiliar o Estado sem seguir regras de contenção dos gastos públicos

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Foto do author Gabriel Hirabahasi
Atualização:

O Senado aprovou nesta terça-feira, 7, em votação simbólica, o projeto de decreto legislativo que reconhece o estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul e permite que os gastos com o socorro ao Estado fiquem fora da meta fiscal.

Com a aprovação do texto nas duas Casas, o projeto agora será promulgado pelo Congresso Nacional, já que a proposta não depende de sanção presidencial. A partir de então, o governo estará autorizado a liberar créditos extraordinários para auxiliar o Estado sem contabilizar essa despesa no teto e nem seguir regras de contenção dos gastos públicos.

Socorristas procuram vítimas das enchentes no bairro Humaitá em Porto Alegre; fortes chuvas mataram 95 pessoas no Rio Grande do Sul Foto: NELSON ALMEIDA/AFP

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O último boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul aponta que ao menos 1,4 milhão de pessoas foram afetadas em 417 municípios do Estado. O balanço de desalojados e desabrigados é de 230 mil pessoas, com um número ainda muito maior de moradores que estão na casa de amigos e familiares. A parcial é de 100 óbitos, mas autoridades têm destacado que os números ainda irão aumentar. Há ainda 128 pessoas desaparecidas.

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse, mais cedo, que o Palácio do Planalto pode publicar já nesta quarta-feira, 8, a medida provisória com a liberação do dinheiro para o Rio Grande do Sul. A estimativa total do valor que será repassado ao Estado ainda não foi divulgada pelo governo, que diz que aguarda esse cálculo por parte dos entes afetados.

O projeto de decreto legislativo foi aprovado pela Câmara dos Deputados na noite de segunda-feira, 6, no mesmo dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encaminhou a proposta ao Congresso.

O objetivo do Planalto, com a proposta, foi conter o ímpeto crescente por uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que aplicasse as regras do “orçamento de guerra” à situação de calamidade vivida pelo Rio Grande do Sul. Seria uma forma de ampliar de forma descontrolada os gastos públicos, no entendimento de alguns integrantes do governo. O decreto legislativo seria uma ferramenta menos burocrática e mais simples de resolver o problema, entendeu o Palácio do Planalto.

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