A empresária Ana Beira, dona da indústria de sabão Ypê, seqüestrada na noite da última segunda-feira, em Amparo, foi libertada na madrugada desta quasrta-feira pelos seqüestradores. A família pagou o resgate, mas não divulgou o valor. Ana foi levada junto com o filho Waldyr Beira Júnior, diretor-presidente da indústria. Os dois saíam de um culto espírita, no centro de Amparo, a 140 quilômetros de São Paulo, por volta das 23h30, quando foram abordados por três homens armados. O filho da empresária foi libertado na periferia da cidade com a recomendação de que providenciasse o dinheiro para o resgate da mãe. Os seqüestradores negociaram com a família pelo celular de Ana. Por volta das 3h desta quarta-feira, os sequestradores a deixaram em um posto de combustíveis da Rodovia Anhangüera, no município de Amparo. Policiais chegaram a se deslocar para o local na tentativa de flagrar os criminosos, sem sucesso. Ana é a terceira refém libertada na região em dez dias. No último dia 3, seqüestradores libertaram em Indaiatuba a empresária Helen Cecília Van Graaff, mantida em cativeiro por duas semanas, após pagamento do resgate. A polícia não participou das negociações. A família da empresária é acionista da rede de lojas Pernambucanas, das tintas Coral e da empresa de laticínios Batavo. Ela foi seqüestrada quando tentava entrar em seu condomínio, em Indaiatuba. No primeiro dia do mês, o administrador de empresas Rodrigo Cardelli foi devolvido à família após 40 dias em cativeiro. Cardelli é um dos donos de uma empresa de turismo e de duas escolas em Campinas. Os parentes pagaram o resgate de US$ 142 mil (cerca de R$ 300 mil) 30 horas antes de ele ser libertado. O valor inicial pedido era de U$$ 1,5 milhão. O modo de agir nos três casos é similar ao utilizado pela quadrilha da família Oliveira, responsável por pelo menos 15 seqüestros no ano passado na região de Campinas, segundo o delegado de Crimes contra o Patrimônio, Joel Antônio dos Santos. A maioria das vítimas foi libertada após pagamento de resgate. Um dos líderes da quadrilha, Ronaldo Oliveira, morreu em confronto com policiais no final do ano passado, lembrou o delegado. O outro líder, Ademar Oliveira, está preso. Mas Santos não descarta que o restante da quadrilha continue agindo na região. Segundo o delegado, Campinas registrou apenas um seqüestro este ano, o do empresário Cardelli. Ele disse que não tem conhecimento de que haja mais vítimas em cativeiro na cidade. Informou apenas sobre um caso em andamento em Itapira.
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