Servidores públicos do Paraná estão entre os mortos em acidente aéreo; veja quem são

Aeronave com 58 passageiros e quatro tripulantes caiu em uma área residencial no interior de São Paulo; ninguém sobreviveu

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Foto do author Juliana Domingos de Lima
Por Juliana Domingos de Lima

Pelo menos oito servidores do Estado do Paraná morreram com a queda do avião da Voepass em Vinhedo (SP) na sexta-feira, 9, que deixou 62 vítimas. Entre eles, estão professores e médicos da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), um professor da rede estadual e um funcionário da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar).

O governador Ratinho Junior (PSD) se deslocou para Vinhedo acompanhar os desdobramentos do acidente e decretou luto oficial de três dias pela tragédia. Em nota, o governo do Paraná lamentou a morte dos profissionais ligados ao Estado.

Da esq. para a dir., acima Deonir Secco, Simone Mirian e Adriano Bueno, abaixo Edilson Hobold, Leonel Ferreira e Sarah Langer. Foto: Reprodução/Redes Sociais

Da Unioeste, foram identificados:

  • Edilson Hobold, do curso de Educação Física, que também era árbitro internacional de judô,
  • Deonir Secco, do curso de Engenharia Agrícola,
  • Raquel Ribeiro Moreira, do Programa de Pós-Graduação em Letras do campus de Cascavel,
  • José Roberto Leonel Ferreira, professor aposentado do curso de medicina e residência médica da universidade estadual.

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Também estão entre as vítimas:

  • Sarah Sella Langer, pediatra do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop)
  • Mariana Comiran Belim, intensivista da UTI Adulta do Huop e também residente de oncologia clínica do Hospital do Câncer Uopeccan de Cascavel desde 2022.

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Em nota, o hospital declarou que a ouvidoria do hospital recebia elogios recorrentes de pacientes da médica, que tinha “nítido amor pela profissão” e estava no voo com uma colega de residência, Arianne Risso.

Na nota do governo estadual, a Secretaria de Estado da Educação lamentou a morte de Adriano Daluca Bueno, professor do Colégio Estadual Dario Vellozo, em Toledo (PR). Ele completaria 48 anos no domingo, 11, e estava com a esposa, a professora da Unioeste Raquel Ribeiro Moreira, que também morreu no acidente. “Eles adoravam viajar”, escreveu um amigo que recebeu o casal no Japão em janeiro de 2023, em uma postagem nas redes de Adriano.

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A Universidade Estadual de Ponta Grossa, da qual o professor era egresso do curso de Engenharia de Materiais, prestou solidariedade em nota, comunicando tamém a morte da pedagoga Simone Mirian Rizental, que trabalhou no CEEP Pedro Boaretto Neto, em Cascavel, na rede estadual de educação, até se aposentar em 2020.

“Era sempre muito alegre, falante e elegante, uma excelente colega”, lembrou o professor do Departamento de Educação da UEPG Jefferson Mainardes em uma postagem nas redes sociais. Ele foi colega de Rizental na rede estadual entre 1998 a 2001.

Mais um funcionário do Estado morto no acidente, Mauro Bedin tinha 60 anos e era funcionário na Gerência Comercial Sudoeste da Sanepar em Guaíra há 33 anos e viajava com a namorada, Rosangela Maria de Oliveira.

A companhia aérea Voepass (antiga Passaredo) incluiu neste sábado, 10, o nome de uma 58ª vítima, que estava fora da lista oficial por uma questão técnica “referente às validações de check-in, validação do boarding e contagem de passageiros embarcados”.

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A causa ainda será investigada pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), ligado à Força Aérea Brasileira (FAB). As duas caixas-pretas do avião foram encontradas e o piloto não havia comunicado emergência aos órgãos de controle, conforme a FAB.

A Voepass diz que a aeronave, do tipo ATR, estava em boa condição e havia passado por manutenção. O modelo, considerado seguro, é bastante usado na aviação comercial em viagens curtas.

Especialistas acreditam que as condições climáticas podem ter contribuído para o desastre. Imagens da mostram a aeronave cair em giro vertical, posição chamada de “parafuso chato” no meio da aviação. Esse é o principal indicativo de que o acidente ocorreu devido a uma perda de sustentação, o “estol”. A perda de sustentação pode estar associada à formação de gelo nas asas da aeronave.

A identificação dos mortos será feita no Instituto Médico-Legal (IML) Central, na capital paulista. Os corpos ainda estão sendo retirados da aeronave, em um trabalho que se estende desde a madrugada. Entre as vítimas, havia médicos que viajavam para um congresso de oncologia em São Paulo, empresários que voltavam de um evento de construção civil no Paraná, professores de uma universidades pública local, passageiros que iriam visitar parentes.

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