Sogro de suspeita de colocar arsênio em bolo morreu envenenado 4 meses antes, diz perícia

Homem morreu em setembro por infecção intestinal provocada por arsênio, antes de outras três vítimas da mesma família também envenenadas em Torres (RS); nora está presa

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Foto do author Giovanna Castro
Atualização:

O resultado do exame de exumação do marido da mulher que fez um bolo de reis com arsênio em Torres, no Rio Grande do Sul, mostrou que ele também foi envenenado. Paulo Luiz dos Anjos morreu em setembro, três meses antes do envenenamento de outros cinco integrantes da família, entre elas Zeli Teresinha Silva dos Santos, que cozinhou o bolo. Ao todo, quatro pessoas morreram por envenenamento.

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“Foi o segundo mais envenenado (com maior presença de arsênio) das quatro mortes”, disse o delegado responsável pelo inquérito, Marcos Vinícius Veloso, da Delegacia de Polícia de Torres, ao Estadão.

A suspeita da Polícia Civil é de que a nora do casal tenha causado os envenenamentos na família. por causa de um desentendimento com a sogra. Ela foi presa preventivamente no último domingo, 5. ‘’Nós temos fortíssimos indicativos pela justificativa da prisão. Ela foi a autora’', disse Veloso após a prisão ser efetivada.

De acordo com a polícia, bolo causou a morte de três pessoas na cidade de Torres (RS) por contaminação com arsênio Foto: Divulgação/Polícia Civil

A polícia encontrou farinha contaminada com arsênio, um tipo de inseticida, na casa de Zeli Teresinha Silva dos Santos, que cozinhou o bolo. Depois de 18 dias internada, ele teve alta médica nesta sexta-feira, 10, do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes.

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A substância também foi encontrada, em concentrações altíssimas, nas amostras de sangue, urina e conteúdo estomacal das três vitimas do bolo de reis: Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65 anos, Maida Berenice Flores da Silva, de 59, e Tatiana Denize Silva dos Anjos, de 47 anos.

“Os níveis de arsênio dessas amostras são tão elevados que são considerados tóxicos e letais, e isso se explica a causa da morte”, explicou Marguet Mittmann, diretora do Instituto Geral de Perícias (IGP-RS), em coletiva de imprensa esta semana.

A polícia informou que, devido ao sigilo das investigações, não pode revelar os motivos dos conflitos entre nora e sogra. No entanto, o delegado afirmou que os problemas entre ambas ocorriam há 20 anos.

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